Dra. Gabriela Capareli

Dra. Gabriela Capareli CRM: 131.079 / RQE: 50304 Dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia formada pela Universidade Federal Fluminense Especialista em Clínica Médica e Dermatologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

As micoses e o verão

Postado em 16 de dezembro de 2019

O verão é a estação climática perfeita para o aparecimento das micoses. Isso porque as altas temperaturas e a umidade formam as condições ideais para a colonização e proliferação dos fungos, especialmente na pele, nas unhas e no couro cabeludo, de qualquer pessoa, independentemente de sexo ou faixa etária.
Além da condição climática, outros fatores podem predispor a micose, como hábitos de higiene inadequados, uso frequente e prolongado de calçados fechados, roupas justas ou molhadas e até sistema imunológico enfraquecido por conta de algumas doenças.
O interesse maior pela prática esportiva e pelo contato com a natureza são outros fatores que têm aumentado o risco de exposição a ambientes contaminados por fungos.
A grande maioria dos casos são infecções superficiais, não acometendo circulação sanguínea ou camadas mais profundas da pele. Dependendo da região acometida, os sintomas podem variar desde ardor, coceira, inflamação ou descamação da pele até deformações nas unhas e perda de cabelo.
O tratamento das infecções fúngicas vai depender do tipo de micose, localização e extensão. Se não for tratada adequadamente, a doença pode ficar bastante incômoda e dolorosa. Em geral, os tratamentos das micoses costumam ser simples e rápidos, com o uso de medicamentos tópicos sob a forma de loções, cremes e spray, mas em alguns casos se faz necessário o uso de medicação oral.
A prevenção é sempre o melhor caminho para se evitar infecções fúngicas. Por isso algumas dicas são importantes:
1. Usar somente o próprio material ao ir à manicure;
2. Evitar o contato prolongado com água e sabão e, após o banho, secar muito bem as axilas, virilhas e entre os dedos dos pés;
3. Não andar descalço em locais que sempre estão úmidos, como vestiários, saunas e lava-pés de piscinas;
4. Evitar ficar com roupas molhadas por muito tempo;
5. Não compartilhar toalhas, roupas, escovas de cabelo e bonés, pois estes objetos podem transmitir doenças;
6. Não usar calçados fechados por longos períodos. Dar preferência aos mais largos e ventilados. Se possível fazer rodízio de sapatos, trocar as meias diariamente e usar talcos antissépticos;
7. Evitar roupas muito quentes e justas e aquelas feitas de tecidos sintéticos, pois não absorvem o suor, prejudicando a transpiração da pele.
E, na presença de qualquer sinal ou sintoma suspeito, buscar ajuda com o médico dermatologista, visando sempre o tratamento correto, evitando assim que se transmita a doença para outras pessoas.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
Dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
formada pela Universidade Federal Fluminense
Especialista em Clínica Médica e Dermatologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
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Câncer de pele tipo melanoma: risco crescente para a saúde

Postado em 24 de outubro de 2019

No nosso país são detectados cerca de 180 mil casos novos de câncer de pele por ano, segundo Instituto Nacional do Câncer, sendo em sua maioria carcinomas. O câncer de pele tipo melanoma, apesar de menos prevalente, é o mais agressivo, com prognóstico ruim e alta mortalidade se não diagnosticado e tratado precocemente.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 55 mil pessoas morram por melanoma todos os anos, o que representa seis mortes por hora. Segundo o Ministério da Saúde ele representa 30% de todos os tumores malignos registrados no país.
Infelizmente, pesquisas mostram que 78% da população brasileira não sabe o que é melanoma. Ele é um câncer de pele originário dos melanócitos, células que produzem melanina e dão cor à nossa pele. Na grande maioria, surgem de pintas já existentes, mas podem aparecer de lesões que se confundem com cistos, verrugas, calos, o que pode atrasar o seu diagnóstico e gerar complicações. Por isso é de extrema importância procurar um dermatologista logo ao notar algum tipo de sinal diferente na pele. Os principais sinais de alerta são pintas assimétricas, com bordas mal definidas, com múltiplas cores na mesma pinta e que estão em evolução, mudando de tamanho e características.
Um dos principais fatores de risco para o seu aparecimento é a exposição excessiva aos raios ultravioleta, mas outros fatores, como ter pele, olhos e cabelos claros, histórico familiar e excesso de pintas pelo corpo também aumentam as chances do indivíduo desenvolver melanoma.
Uma das preocupações também é o aumento da exposição a telas de computadores e celulares devido à emissão de luz não visível e raios ultravioleta, que também são fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pele. Não existe um consenso sobre distância mínima segura dos aparelhos. Quanto mais próximo maior é a exposição.
O câncer de pele não pode ser subestimado. Se diagnosticado e tratado precocemente o melanoma não provoca metástases e tem enormes chances de cura. Não deixe de se consultar com o seu dermatologista.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
Dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
formada pela Universidade Federal Fluminense
Especialista em Clínica Médica e Dermatologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
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Dermatite atópica: o que é?

Postado em 10 de setembro de 2019

A dermatite atópica é uma doença de pele crônica, inflamatória, não contagiosa, muito comum na população infantil mundial, podendo chegar, no Brasil, a uma incidência de até 8% nas crianças entre 5 e 6 anos de idade, tendendo a melhorar na adolescência e vida adulta.
A genética é um fator muito importante para o seu desencadeamento. Filhos de pais portadores de alergias respiratórias e cutâneas têm uma chance maior de desenvolvimento de dermatite atópica ao longo da sua vida.
Devido a uma alteração no gene Filagrina, responsável pela produção natural de hidratação da pele, os portadores desta condição tendem a ter uma superfície cutânea extremamente ressecada, o que leva ao aparecimento de lesões avermelhadas, ásperas, por vezes descamativas, localizadas principalmente em áreas de dobras. O prurido (coceira) é um sintoma muito frequente, o que leva ao risco maior de infecções locais, pelo ato da coçadura, bem como irritabilidade da criança.
Uma vez feito o diagnóstico, é de extrema importância a orientação dos familiares e cuidadores no sentido de que o uso de hidratante dermatológico específico diário se faz necessário para o sucesso do tratamento. Não menos importantes são as orientações quanto ao banho, que deve ser o mais rápido possível, água morna, não usar buchas e evitar ao máximo uso de sabonetes adstringentes, dando sempre preferência para um sabonete também hidratante.
A dermatite atópica é uma doença de pele que tem tratamento e seu controle melhora muito a qualidade de vida da criança e seus familiares. Busque sempre uma orientação de um dermatologista ou pediatra.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
Dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
formada pela Universidade Federal Fluminense
Especialista em Clínica Médica e Dermatologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
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Melasma: um distúrbio pigmentar da pele

Postado em 2 de julho de 2019

O melasma é um distúrbio pigmentar da pele, muito prevalente na população mundial, que acomete ambos os sexos, sendo mais comum nas mulheres. Caracteriza-se por manchas amarronzadas, assintomáticas, localizadas principalmente na face, mas também podendo atingir braços, pescoço e colo, áreas comumente expostas ao sol.
O seu principal fator desencadeante é a exposição solar, mas hereditariedade e fatores hormonais como uso de pílulas anticoncepcionais ou adesivos a base de estrógeno, bem como gestação, também contribuem para o seu aparecimento.
Algumas tecnologias, como o laser fracionado utilizado em altas potências, podem piorar a mancha. Fontes de luz artificial, como lâmpadas, luz do computador, tablets e celular também podem contribuir para sua piora.
O clareamento do melasma depende muito da disciplina do paciente e também da localização do pigmento na pele. Esse pode estar distribuído em camadas mais superficiais da pele (epiderme) ou em camadas mais profundas (derme). Quanto mais superficial é o depósito do pigmento, melhor é a resposta ao tratamento, com consequente clareamento das manchas.
Existem inúmeras formas de tratar o melasma, mas o sucesso depende do acompanhamento dermatológico regular e da conscientização do paciente quanto aos fatores de prevenção.
A proteção à exposição solar é chave fundamental para o sucesso do tratamento. É recomendado filtros com FPS acima de 50, preferencialmente com cor e que seja reaplicado pelo menos 1 vez ao longo do dia. Uso de bonés, chapéus, óculos escuros também fazem parte do arsenal de proteção solar, bem como o uso de antioxidantes orais.
Cremes a base de substâncias clareadoras e ácidos podem ser mesclados para uso domiciliar.
No que diz respeito a procedimentos possíveis, encontramos uma série de opções, que são individualizadas caso a caso. Entre eles podemos citar sessões de peelings químicos, microagulhamento com ou sem infusão de ativos clareadores, laser ND Yag Q-switched, entre outros.
Mesmo sendo uma condição que ainda não se tem cura, o melasma tem tratamento e, quando realizado de maneira correta, obtém-se resultados muito interessantes no seu clareamento. Procure o seu dermatologista.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
Dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
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Acne pode ocorrer em qualquer fase da vida

Postado em 1 de maio de 2019

Acne é uma dermatose extremamente comum na prática médica. O levantamento epidemiológico realizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia mostrou que a acne é a causa mais frequente de consultas ao dermatologista, correspondendo a 14% de todos os atendimentos.
É conhecida popularmente por espinhas e cravos e surge devido a um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos. Pode acometer desde recém nascidos até adultos de qualquer idade, mas sua incidência é maior na fase da adolescência.
Vários fatores contribuem para seu aparecimento, como componente genético, situações de estresse ou no período menstrual, certos medicamentos como corticóides, vitaminas do complexo B ou suplementação hormonal. Distúrbio hormonal, como a síndrome dos ovários policísticos, é uma causa frequente de acne na mulher adulta. Exposição exagerada ao sol, bem como contato com óleos ou produtos gordurosos podem levar ao aparecimento de lesões acneicas. Em relação aos alimentos, é sabido que ingestão excessiva de produtos lácteos e alimentos com alto índice glicêmico, como pães, biscoitos e batatas fritas, podem desencadear acne em alguns indivíduos.
Devido aos vários fatores desencadeantes possíveis, seu diagnóstico correto e tratamento precoce se fazem necessários para o sucesso terapêutico.
A escolha do tratamento para acne compreende uma série de opções que variarão de acordo com a gravidade do quadro. Nos casos mais leves podemos lançar mão de medicamentos tópicos que incluem uso de substâncias de limpeza da pele, alguns tipos de ácidos como retinoides, ácido salicílico, ácido azelaico e fármacos antibacterianos tópicos. Para os casos mais graves e resistentes, podemos lançar mão do uso de antibiótico sistêmico, terapias hormonais específicas e Isotretinoína oral.
Alguns procedimentos realizados em consultório também contribuem para a sua melhora, como realização de peelings seriados, laser e luz azul.
A acne, na maioria das vezes, não é uma condição grave à saúde do indivíduo, mas pode levar a um comprometimento estético e consequente quadro psicológico de tristeza e baixa autoestima, bem como aparecimento de cicatrizes permanentes. Por isso, aos primeiros sinais dessa manifestação tão comum, procure tratamento com o seu dermatologista.

 

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
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Dermatologia e suplementação hormonal

Postado em 1 de março de 2019

É cada vez mais comum a procura por suplementação hormonal para fins estéticos, com o objetivo de se obter uma pele mais firme, um corpo com reduzido índice de gordura, aumentando proporcionalmente a massa e força muscular. A justificativa é a busca por melhora da performance na prática esportiva ou na aparência física.
Entretanto, os riscos associados ao uso dessas substâncias não devem ser negligenciados, pois muitos são irreversíveis.
Na grande maioria das vezes as suplementações hormonais são constituídas de testosterona ou seus derivados, classificados como hormônios androgênicos, ou seja, hormônios masculinos. Eles também são encontrados em mulheres, mas em concentrações bem menores.
Já que os níveis de testosterona são normalmente baixos no corpo feminino, os níveis altos provocados pela suplementação provocam facilmente efeitos indesejáveis, que aparecem de forma distinta em cada mulher.
Os efeitos colaterais dermatológicos mais comuns são aumento da oleosidade da pele e surgimento de acne, queda de cabelo, desenvolvimento ou acentuação da calvície, ou ainda aparecimento de pelos em locais indesejáveis.
A ação da testosterona na glândula sebácea é importante no desencadeamento da acne. Apesar da secreção estar sob controle genético, sabe-se que a acne representa uma resposta exagerada destas glândulas aos hormônios circulantes. Em geral a severidade da acne é correlacionada com excreção do sebo e os andrógenos são os principais estimulantes do mesmo.
Já a alopecia androgenética, também conhecida como calvície, ocorre por ação do DHT (derivado da testosterona) nos folículos pilosos. Em pessoas com predisposição genética, esse hormônio leva ao afinamento e encurtamento dos fios de cabelo, processo conhecido como miniaturização.
O uso de compostos com efeito androgênico pode acelerar e agravar esse processo de perda de cabelos que, se não tratado de forma precoce, pode levar a uma perda capilar irreversível.
Existem tratamentos dermatológicos específicos para cada uma dessas condições, que podem ser controladas de forma rápida e muita satisfatória na grande maioria dos casos. Vão desde o uso de produtos tópicos, como sabonetes específicos, loções e ácidos, até terapia oral para controle da oleosidade e acne. Já o tratamento da perda capilar baseia-se no uso de xampus antiquedas, loções, complexos vitamínicos e outros medicamentos orais específicos, bem como terapias realizadas em consultório a base de laser, LED, microagulhamento e infusão no couro cabeludo de fatores de crescimento capilar associados a vitaminas.
A comunidade médica tem se preocupado com o uso indiscriminado de hormônios com finalidade estética que podem trazer efeitos colaterais muito maiores do que os benefícios. Portanto, seu uso deve ser muito ponderado e sempre avaliado por um médico.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
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Câncer de pele

Postado em 17 de dezembro de 2018

Dezembro é o mês de conscientização da prevenção do câncer de pele. É o tipo de câncer mais prevalente na população mundial, respondendo por 33% de todos os diagnósticos de tumores malignos no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos.
De uma forma geral, o câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores. Pessoas de pele e olhos claros e sensíveis à ação dos raios solares são as principais vítimas e a exposição excessiva ao sol é a principal causa. O risco também aumenta quando há casos registrados de câncer de pele em familiares de primeiro grau.
Podem se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc.
O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém com grande incidência. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, que apresentam altos percentuais de cura, se forem detectados precocemente.
Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele devido à sua alta possibilidade de metástase. Mas, embora o seu diagnóstico normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90% quando há detecção precoce da doença. Em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a “pinta” ou o “sinal”, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento.

Uma regra adotada internacionalmente é a do “ABCDE”, que aponta sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma:
Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra;
Bordas irregulares: contorno mal definido;
Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul);
Diâmetro: maior que 6 milímetros;
Evolução: mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor).
Por isso é importante observar a própria pele constantemente e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita. E vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo pode ser suspeita para um médico. Previna-se, visite seu dermatologista regularmente.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
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Com qual idade devo levar meu filho ao dermatologista?

Postado em 19 de outubro de 2018

Muitos pais se questionam a partir de que idade a criança deve passar por uma consulta dermatológica. Não há uma idade estabelecida, mas a orientação é de que ela ocorra no primeiro ano de vida para que se possa avaliar sinais e pintas e orientar sobre cuidados gerais. Uma dúvida frequente é sobre qual a idade segura para iniciar o uso de filtro solar. Eles são recomendados a partir de 6 meses, e devem ser de preferência protetores físicos, formulados para pele infantil.
Algumas doenças de pele são muito comuns logo nos primeiros meses, algumas relacionadas diretamente aos hormônios da mãe que passam durante a amamentação. A dermatite seborreica do recém-nascido é uma delas. Caracteriza-se pelo aparecimento de crostas e vermelhidão, principalmente no couro cabeludo e face. A acne neonatal também é uma condição relativamente frequente, condicionada aos hormônios maternos na maioria das vezes, e que deve ser tratada, evitando possível aparecimento de cicatrizes. O aparecimento de “bolinhas” avermelhadas no rosto, conhecidas popularmente por “brotoejas”, nada mais são do que miliária. Muito comum logo nos primeiros dias de vida e, geralmente, se resolvem espontaneamente apenas com medidas gerais como manter a criança em ambientes frescos e evitando roupas muito quentes.
As doenças de pele infecciosas, causadas por fungos, vírus e bactérias, também são comuns. Isso se deve à fragilidade da pele e ao sistema imunológico ainda imaturo.
Entre elas destacamos o molusco contagioso, doença causada por vírus, muito contagiosa, que se caracteriza pelo aparecimento de bolinhas que coçam e geralmente são transmitidas com contato direto com uma criança com lesões ou após fazer uso de piscina. Verrugas, também causadas por vírus, são muito prevalentes, podendo aparecer em qualquer área do corpo, mas acomete principalmente nos joelhos, mãos e cotovelos.
As micoses, causadas por fungos, podem acometer tanto a pele, levando ao aparecimento de lesões avermelhadas que descamam e coçam, quanto unhas e cabelos.
Outra condição frequente, mas não infecciosa, é a dermatite atópica, muito comum na população geral, geralmente associada a alergias respiratórias, que caracteriza-se pelo aparecimento de lesões avermelhadas e pruriginosas, principalmente em dobras, acometendo geralmente crianças a partir de dois anos de idade, tendendo a melhorar com o crescimento, mas em alguns casos podem perdurar até a fase adulta. É uma condição que causa desconforto muito grande para a criança e seus familiares. Requer disciplina diária com hidratação corporal e cuidados com o banho.
Várias são as condições que podem acometer a pele tão frágil e sensível da criança, por isso sempre procure a avaliação de um especialista.

 

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
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A saúde do cabelo e do couro cabeludo

Postado em 27 de agosto de 2018

Quem nunca ouviu dizer que o cabelo é a moldura do rosto, nosso cartão de visitas? E quem não almeja ter fios saudáveis, volumosos e com vitalidade? O valor dos cabelos é indiscutível, refletem diretamente na autoestima, no humor e na autoconfiança. Revelam a personalidade, criam identidade, refletem a sensualidade e denunciam o nível de vaidade do indivíduo.
Por isso, cada vez mais o interesse no seu cuidado aumenta e junto cresce o número de pacientes com queixa de queda excessiva de cabelo ou fios cada vez mais finos e com volume reduzido.
Há uma variedade enorme de doenças que podem causar essas queixas, mas as duas condições mais frequentes são alopécia androgenética e eflúvio telógeno.
A primeira, também conhecida como calvície, é modulada por fatores genéticos, ocorrendo tanto em homens quanto em mulheres e caracteriza-se pelo afinamento progressivo dos fios, até que eles deixam de crescer, desaparecendo por completo. No homem manifesta-se como aparecimento das entradas e na mulher como uma perda difusa do volume a ponto de enxergar o couro cabeludo.
Já o eflúvio telógeno caracteriza-se por uma perda de cabelo transitória acima do normal, fazendo com que o paciente deixe rastros de cabelo pelo chão, nas roupas e travesseiros, causando verdadeiro desespero durante os banhos e as escovações. Inúmeras condições podem desencadear o eflúvio, como dietas restritivas sem assistência após cirurgia para redução do estômago, anemia, doenças da tireoide, após a gravidez, desequilíbrios emocionais, entre outros.
O que muita gente não sabe é que uma boa conversa com o dermatologista e um exame simples chamado dermatoscopia do couro cabeludo podem ajudar a diferenciar essas duas condições, as quais têm tratamentos individualizados e com excelentes resultados, sobretudo quando o diagnóstico é feito precocemente.
Dentro do arsenal terapêutico podemos utilizar soluções tópicas, shampoos anti-queda, injeções com ativos à base de vitaminas e fatores de crescimento, alguns medicamentos orais, microagulhamento, fotobiomodulação com luz de Led, entre outros.
Não deixe de cuidar da saúde do seu cabelo e couro cabeludo, procure um dermatologista.

 

Por: Dra. Gabriela Capareli
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