Qual seria o melhor momento para iniciar a terapia de reposição hormonal? Só na menopausa?

Postado em 30 de agosto de 2024

Primeiro, precisamos entender o que é a menopausa. Ela é um período de 12 meses consecutivos sem menstruação e geralmente ocorre por volta dos 50 anos. Antigamente, acreditava-se que após esses 12 meses seria o momento ideal para iniciar a terapia de reposição hormonal, que inclui a reposição de mais de um hormônio. Mas, com o avanço da medicina e dos estudos, essa afirmação ainda seria verdadeira? Para entender melhor essa situação, vou explicar um pouco sobre o ciclo menstrual feminino.
Nós, mulheres, iniciamos ciclos hormonais na puberdade. Após a menstruação, ocorre o aumento do estradiol, um hormônio importantíssimo para a saúde feminina, e da testosterona. Em seguida, ovulamos e começamos a produzir outro hormônio chamado progesterona. Se neste ciclo não houver fecundação, menstruamos novamente, e o ciclo se perpetua.
No entanto, com o passar dos anos, não mantemos mais esse equilíbrio hormonal. Por volta dos 40 anos, começamos a apresentar uma queda na produção de progesterona, pois nem todos os meses nessa faixa etária ovulamos (um dos motivos que dificulta a gestação nesse período). As repercussões dessa deficiência incluem piora do estresse, insônia, “pavio curto”, piora da TPM e, devido a outros transtornos hormonais, queda da libido.
Mas a situação não para por aí. Com o avanço dos quarenta e poucos anos, há uma produção menor de estradiol, o que leva à secura vaginal, piora da ansiedade, depressão, fogachos (calorões), brain fog (névoa cerebral) – “Onde é que coloquei minha chave do carro mesmo?” – aumento de peso, mesmo mantendo a mesma dieta, aumento da gordura visceral, que deixa a mulher mais inflamada, aumentando consequentemente o risco de infarto do miocárdio; enfim, um caos hormonal.
Diante de todo esse contexto, vemos que a queda hormonal ocorre em torno dos 40 anos e é progressiva. Quando iniciamos a terapia de reposição hormonal nessa fase da vida, conseguimos evitar esses transtornos e proporcionar uma melhor qualidade de vida e saúde.

Por: Dra. Juliana Brettas Brondani
CRM SP 150 763
Endocrinologia e Metabologia
Arujá: Av. João Manoel, 600 – Sala 805 – Bloco A
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