Neurociência: um novo caminho para a educação

Postado em 20 de julho de 2020

A neurociência aliada à educação pode explicar e ajudar a encontrar uma solução para um aprendizado mais eficaz, estudando temas sobre o sistema nervoso que contribuem para entender como aprendemos e como podemos potencializar o ensino, como, por exemplo, compreender como funciona o sono nas crianças e como ele pode impactar na sua aprendizagem.
O que hoje a neurociência defende sobre o processo de aprendizagem se assemelha ao que os teóricos mostravam por diferentes caminhos, até o século passado, quando apenas se intuía como o cérebro funcionava. Ganhamos precisão. Mas é preciso refletir antes de levar as ideias neurocientíficas para a sala.
Sabemos com base em evidências neurocientíficas que há uma correlação entre um ambiente rico e o aumento das sinapses, conexões entre as células cerebrais.
Ao professor cabe se alimentar das informações que surgem, buscando fontes seguras, e não acreditar em fórmulas para a sala de aula criadas sem embasamento científico. A neurociência mostra que o desenvolvimento do cérebro decorre da integração entre o corpo e o meio social. O educador precisa potencializar essa interação por parte das crianças.
Estudos na área neurocientífica, centrados no manejo do aluno em sala de aula, vêm nos esclarecer que a aprendizagem ocorre quando dois ou mais sistemas funcionam de forma inter-relacionada. Assim, podemos entender, por exemplo, como é valioso aliar a música e os jogos em atividades escolares, pois há possibilidade de se trabalhar simultaneamente mais de um sistema: o auditivo, o visual e até mesmo o sistema tátil (a música possibilitando dramatizações).
Desta forma, o grande desafio dos educadores é viabilizar uma aula que “facilite” esse disparo neural. Quando ciente da modalidade de aprendizagem do seu aluno, o professor saberá quais estratégias mais adequadas utilizar e certamente fará uso desse grande e inigualável meio facilitador no processo ensino-aprendizagem.
Pesquisas feitas em neurociências dirigidas à aprendizagem mostraram que a metodologia pedagógica pode ser qualquer dinâmica, desde que o professor consiga ser uma referência afetiva. Sabemos que o professor deve ser a referência daquilo que oferece, dessa forma o quadro negro, o ato de escrever com a letra do professor, as respostas às questões e a dinâmica normal da aula expositiva acabam determinando uma relação mais humana e profunda.
Graças às neurociências os transtornos comportamentais e da aprendizagem passaram a ser mais facilmente compreendidos pelos educadores. Um professor qualificado, um método de ensino adequado e uma família facilitadora dessa aprendizagem são fatores fundamentais para que todo esse conhecimento, que o estudo de neurociências nos viabiliza, seja efetivo, interagindo com as características do cérebro de nosso aluno, abrindo um novo caminho no campo do aprendizado e da transmissão do saber.

Maura Martelli Souza
Diretora de escola – Psicopedagoga
Sócia proprietária do CEAI – Centro Educacional Arco-Íris Nova Geração
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