A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alerta que a hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O risco é ainda maior, porém, ainda maior para indivíduos com hipertensão e diabetes, já que ambas as doenças podem desencadear problemas no coração. Diante dessa realidade, pesquisadores do Einstein estão estudando se o controle intensivo da pressão arterial é benéfico para diabéticos.
Intitulado “Optimal Diabetes”, o estudo em questão analisa o controle da pressão arterial para redução de problemas cardiovasculares em pacientes com diabetes tipo 2. O programa de pesquisa conduzido pelo Einstein, em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), compara dois níveis de pressão arterial em pacientes hipertensos e diabéticos, e avalia se o nível mais baixo reduz adversidades, como morte por causas cardiovasculares, comparado com o nível de pressão atualmente recomendado.
Os integrantes do estudo se dividem em dois grupos: um com meta de pressão arterial abaixo de 120 mmHg, e outro menor de 140 mmHg, ambos tomando medicações anti-hipertensivas como parte da intervenção. Participam da pesquisa pacientes com diagnóstico de diabetes tipo 2, idade igual ou maior que 50 anos e pressão arterial sistólica entre 130 e 180 mmHg.
O projeto é realizado em 33 centros parceiros em todo o Brasil, entre hospitais e clínicas, e acompanha atualmente 9.479 pacientes de maneira presencial e remota, via telemedicina. Os participantes passarão por acompanhamento até o final de 2023.
Segundo a Dra. Karla Espírito Santo, cardiologista e pesquisadora médica do Einstein, “existem estudos no mundo que trazem a visão dos benefícios do controle da pressão para a diminuição de eventos e complicações cardiovasculares, mas essas pesquisas excluem os pacientes diabéticos. Por isso, com o Optimal Diabetes, queremos especificamente buscar as respostas da importância do controle pressórico para a redução desses eventos em pacientes com hipertensão e diabetes”.
Segundo a estimativa do IDF (International Diabetes Federation), o número de diabéticos pode ultrapassar a marca de 780 milhões de pessoas no mundo em 2045. O diabetes é uma doença causada pela má absorção de açúcar no sangue, prejudicando a geração de energia para o organismo. A alta incidência de casos da doença muitas vezes é acompanhada pela ocorrência de hipertensão e outros problemas cardiovasculares, que são, hoje, a principal causa da morte no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.
Os resultados do estudo serão divulgados em 2024 e podem contribuir de maneira favorável com o sistema público de saúde, visto que, com resultados positivos, a prática poderá ser implementada imediatamente.