Desmistificando o tabu: “Homens no ballet”

Postado em 22 de junho de 2023

Quando a sociedade ainda não tinha informações e conhecimento sobre como se estabelecia a opção sexual dos indivíduos, era comum associar a profissões ou escolhas pessoais como vestimenta, tom de voz, gestos e até o famoso “homem não chora” como pré-requisitos para definir a sexualidade de um homem e então submetê-lo a exclusões e rechaçamentos.
Mas, você sabia que o ballet foi criado e dançado exclusivamente por homens até 1681? Apenas depois de uma mudança no vestuário, e com o surgimento do Romantismo (período histórico que consolidou o balé como expressão artística) é que as mulheres ganharam destaque na dança, com as histórias conhecidas como “Balés de Repertório”.
O Romantismo na dança contém como características a delicadeza, suavidade e mistério, e isso contrastou com o ideal de masculinidade que surgiu entre os séculos 19 e 20, que tem como característica a brutalidade, rigidez e a virilidade como alguns de seus valores.
O senso comum costuma relacionar o ballet, quando não é dançado por meninas, com a homossexualidade, apenas por não conter os valores impostos no Pós-romantismo. E este preconceito reflete no afastamento de muitos meninos que gostam da arte da dança.
É sempre bom refletirmos sobre a origem de nossos tabus, pois na maioria das vezes não condizem com a realidade, sendo apenas algo que reproduzimos sem saber a origem, ferindo assim a existência de outras pessoas, boicotando sonhos e disseminando comportamentos machistas e homofóbicos.
Ballet não tem nada a ver com gênero, sexualidade, etnia ou nacionalidade: é uma arte universal, que pode ser praticada e apreciada por qualquer um.
Reflita!

Por: Júlia Anunziato
Professora de dança
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