Fitoterapia: Você sabe o que é?

Postado em 3 de maio de 2019

Fito… o quê???? Esta é uma das perguntas que, não raro, ouvimos na Empório das Fórmulas no atendimento ao cliente ao esclarecer uma receita de fitoterápico. Pergunta esta que me remete à infância, quando investida da nobre missão de “coletora de ervas”, ia ao quintal colher um punhado de alecrim, capim limão, hortelã etc., a pedido de minha mãe, conforme o mal que afligia alguém de casa. Ao reportar esses fatos, simplesmente abordamos a fitoterapia e os fitoterápicos. Falar da fitoterapia é falar da ciência que estuda as plantas medicinais e suas aplicações no tratamento das doenças. Ciência essa que demorou milhares de anos para se estruturar, através de uma série de descobertas, dentre elas a toxicidade, ou não, de determinada planta ao ser consumida por homens e animais. Com certeza, milhares pagaram com a vida por esse conhecimento.
A palavra fitoterapia vem do grego therapeia (tratamento) e phyton (vegetal). Encontramos registros de cerca de 700 formulações específicas para doenças conhecidas na época, incluindo, em sua maioria, plantas, nos papiros de Ebers (1500 a.C.). Na Grécia, Teofrasto (372-285 a.C.) catalogou cerca de 500 espécies vegetais. Considerado o “Pai da Medicina”, Hipócrates (460-36 a.C.), em sua obra Corpus Hipocratium, discorreu sobre diversas doenças e seu tratamento médico usando as plantas. No início da era cristã, o grego Dioscórides catalogou e ilustrou cerca de 600 plantas utilizadas na medicina. Sua obra se tornou referência no mundo ocidental. Na idade média vemos o declínio da fitoterapia, quando muitos que se dedicavam a essa prática foram julgados como feiticeiros e condenados à morte; com o domínio da igreja católica a maior parte do conhecimento era detida pelos monges. Paralelamente, no mundo oriental, temos referências ao tratamento com plantas na medicina Ayuvérdica (Índia – cerca de 5000 a.C.); e na China, o Imperador Shen Nong (2737 a 2697 a.C.) contribuiu significativamente com a descrição dos efeitos terapêuticos e tóxicos de centenas de plantas, inclusive ao experimentar uma planta teve ruptura dos intestinos e faleceu.
A retomada da fitoterapia deu-se somente no começo do século XVI, com consultas à obra de Dioscórides, Galeno, aos conhecimentos árabes, mas foi somente a partir do século XIX – com o avanço científico da época, em particular da química – que os princípios ativos das plantas puderam ser isolados e identificados.

Fitoterápicos x Plantas Medicinais
Qual a diferença? Para esclarecê-la vamos recorrer ao que foi veiculado pela ANVISA: “As plantas medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las, é preciso conhecer a planta e saber onde colhê-la, e como prepará-la. Normalmente são utilizadas nas formas de chás e infusões.
“Quando a planta medicinal é industrializada para se obter um medicamento, tem-se como resultado o fitoterápico. O processo de industrialização evita contaminações por microorganismos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma certa que deve ser usada, permitindo uma maior segurança de uso (…). Fitoterápicos também podem ser manipulados em farmácias de manipulação autorizadas pela vigilância sanitária e, neste caso, não precisam de registro sanitário, mas devem ser prescritos por profissionais habilitados.”

“Haverá prazer maior do que contemplar a terra adornada de plantas, qual manto bordado, enfeitado com pérolas do Oriente e guarnecido de miríades de joias raras e caras?”

John Gerard Herbal, 1597
Por: Lane Spaolonzi A. Lima
Gestora na Empório das Fórmulas
Entusiasmo pela vida, pelas plantas
Contato: (11) 4655-0233
Email: emporiodasformulas@terra.com.br

 

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