Uso inadequado de adoçante não favorece perda de peso

Postado em 17 de maio de 2017

Uso inadequado de adoçante não favorece perda de peso

Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP revela que a utilização inadequada de adoçantes e alimentos dietéticos pode não contribuir para a redução de peso. De acordo com o trabalho da nutricionista e pesquisadora Ana Paula Gines Geraldo, além da falta de critério na dosagem do adoçante, é comum a prática de consumir alimentos dietéticos de modo a “economizar calorias” para poder ingerir alimentos mais calóricos, podendo comprometer as dietas.

A tese de doutorado avaliou o comportamento de consumo de adoçantes e a sua relação com o excesso de peso corporal. Participaram do estudo adultos e idosos de duas universidades públicas do Estado de São Paulo. Ana Paula teve como orientadora a professora Maria Elisabeth Machado Pinto e Silva, docente do Departamento de Nutrição da FSP.

Os resultados revelaram que as mulheres são as maiores consumidoras de adoçantes e alimentos dietéticos, provavelmente pela maior preocupação com controle de peso e estética. Observou-se que muitas pessoas escolhem o tipo de adoçante dietético pelo sabor, apesar de alguns não terem critério para essa escolha. Além disso, um dado preocupante é que cerca de 15% referiram esguichar o adoçante líquido, ao invés de contar as gotas. Isso faz com que a pessoa perca a noção da quantidade de adoçante consumida.

Economizar calorias

Também foi verificada grande utilização da estratégia de substituir o açúcar e os doces por adoçantes e alimentos dietéticos para “economizar calorias” para poder consumir outros alimentos calóricos. Esse comportamento pode ser perigoso para o controle de peso, visto que a pessoa pode exagerar no consumo de alimentos calóricos e não obter o benefício esperado do uso do adoçante. Um exemplo disso é ir à uma lanchonete pedir o maior hambúrguer, batata, sobremesa e beber refrigerante dietético.

Ressalta-se ainda muitos consomem adoçantes dietéticos para controle de peso mas não mudam outros comportamentos, como nível de atividade física e composição da alimentação. Foram encontrados grupos de sedentários com alto consumo de adoçantes e alimentos dietéticos.

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