Prevenção de doenças ginecológicas reduz riscos de câncer na mulher

Médico ginecologista alerta para doenças oncogênicas, que são aquelas com risco de se desenvolver um câncer

Postado em 14 de junho de 2018

A realização de exames preventivos, em complemento a uma vida saudável e com bons hábitos, é uma recomendação constante dos médicos em geral. Quando se trata da saúde da mulher, os ginecologistas afirmam que é preciso redobrar a atenção. Isso porque algumas doenças, sobretudo as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST´s) e as inflamações no sistema reprodutivo consequentes destas DST’ s, podem evoluir para diversos tipos de câncer, como de colo de útero, vagina e vulva, além é claro, do incômodo causado pelos próprios sintomas.

“A prevenção costuma identificar pessoas com susceptibilidade, o que dá a chance de adotar medidas corretivas que poderão ajudar no não desenvolvimento da doença. Por isso, é importante a procura pelo médico assistente com certa periodicidade para realização do check-up a fim de identificar fatores de risco, com relação ao rastreamento genético este só deverá ser realizado após a consulta com o geneticista (encaminhadas a ele pelo médico assistente) que irá selecionar as pessoas de famílias altamente propensas a cânceres relacionadas a mutações do DNA”, explica o médico ginecologista Moises Komatsu da Clínica Climma de Arujá.

Tipos de doença

Um dos exemplos mais conhecidos de DST que pode evoluir para o câncer é o HPV (Papiloma Vírus Humano). O diretor clínico do Centro Oncológico Mogi das Cruzes, Flávio Isaias Rodrigues, explica que existem mais de 200 tipos de variação do vírus, sendo que o HPV tem pelo menos 13 tipos considerados oncogênicos, que são aqueles com risco de desenvolver câncer.

Dados do Ministério da Saúde indicam que 54,6% dos casos de HPV estão entre os jovens de 16 a 25 anos. Desse total, 38,4% são de tipos de HPV de alto risco para o desenvolvimento do câncer de colo do útero e vagina, por exemplo.

“Para as lesões do HPV de baixo grau orientamos ao paciente descanso, boa alimentação, não beber, não fumar, diminuir o nível de estresse e ter relações preferencialmente com métodos de barreira, para que a imunidade possa se recuperar e combater a doença evitando desta forma procedimentos médicos que podem ser dispensáveis no caso de recuperação espontânea, além de repetir o exame a cada três  a seis meses, para o monitoramento do restabelecimento da saúde conforme o tipo de lesão. Já a lesão de alto grau, que aparece nos órgãos genitais, em sua grande maioria pede-se intervenção cirúrgica”, detalha Dr. Moises Komatsu.

O médico ginecologista destaca ainda que outras DST´s aumentam as chances de desenvolver um câncer. “Toda lesão viral pode provocar inflação, o que abre portas para infecções oportunas, aumenta a chance de câncer, além da possibilidade de causar infertilidade na paciente”.

Os riscos do sobrepeso

A obesidade também é considerada uma patologia com alto risco de desenvolvimento do câncer. No caso das mulheres consideradas obesas (com índice de massa corporal acima de 30), o risco é aumentado para câncer de corpo do útero (endométrio), sendo esse tipo em franca ascensão em países em desenvolvimento como o Brasil.

“A obesidade leva a produção hormonal ectópica aumentada, o que estimula o endométrio e faz com que em algum momento haja transformação de uma célula normal em célula maligna nas mulheres que se encontram na menopausa. No Brasil, com a importação dos hábitos alimentares americanos, principalmente a alimentação baseada em carboidrato e gorduras saturadas, há mais obesos o que aumenta o índice de doenças cardiovasculares e de câncer de endométrio”, destaca. “Por isso, vale lembrar a importância da prevenção e dos hábitos saudáveis”, finaliza o ginecologista.

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