Não podemos mudar o nosso passado
Postado em 27 de julho de 2021
Não podemos mudar o nosso passado, mas podemos mudar o que sentimos sobre ele.
Para tanto precisamos de algumas etapas, as quais convido você, caro leitor, a refletir sobre elas: 1ª – Acolha a sua criança interior; 2ª – Ressignifique a sua própria história; 3ª – Honre os seus ancestrais.
Responda a estas questões:
– O que você ainda não consegue compreender?
– O que desafia você?
– O que você já conseguiu transformar em sua vida?
– O que você ainda não conseguiu perdoar?
– O que você já aprendeu com tudo que passou em sua vida?
Olhe para a sua criança sob a sua perspectiva de adulto. Só você, adulto, tem recursos para curar as dores da sua criança, portanto, o que ela precisa é de acolhimento, de afeto, de escuta e de um olhar amoroso. Quando olhamos com afeto para a nossa criança, ela relaxa e dá espaço ao adulto que habita em nós para que possamos assumir as rédeas da nossa vida e, assim, termos mais força e confiança para a nossa jornada adulta.
Mais ainda, lançar uma retrospectiva sobre a nossa história é ressignificar a tudo o que vivemos e que, apesar de tudo, sobrevivemos. E o melhor: “como somos capacitados”.
Ressignificar a própria história consiste em ter a coragem de abrir o quarto escuro da alma para que, através da luz que vem da consciência, sejamos capazes de compreender com profundidade todas as nossas experiências de dor. Sabe, este quarto escuro a que me refiro é onde jogamos todas as “tranqueiras e quinquilharias” que não conseguimos lidar, entretanto acontece que, nesse mesmo lugar, estão os nossos maiores tesouros e o autoconhecimento é o mapa que nos leva até lá. Sei que é preciso coragem para revisitar dores e olhar para a nossa história de frente, com postura de humilde aprendiz, pois se a vida é uma “escola” todas as experiências vividas trazem algum aprendizado.
O passado não muda. O que muda é o que você sente sobre ele. E sabia que apenas compreendê-lo não é o suficiente? Ao invés de esquecer o seu passado, pense se faz sentido você valorizar os seus aprendizados. Mas, como?
– Abra as portas do seu quarto escuro e revise as dores que, talvez, você tenha engolido.
– Traga à luz da consciência aquilo que ainda não conseguiu ressignificar, ou seja, signifique de novo. Vai ser muito bom, acredite! Aceite o passado como ele foi, como tinha de ser e, também, entenda que aquilo que nos foi dado era o possível para aquele momento. Os meus pais ou os meus cuidadores não tinham mais para dar. Assim, hoje, devemos respeitar e acolher a nossa criança e dizer a ela: – Você foi maior, porque não houve erros, e sim aprendizados; não houve falhas, e sim descobertas; não houve certo ou errado, e sim diferentes resultados ou pontos de vista e, finalmente, não houve bem ou mal, e sim infinitas possibilidades.
Então, que tal fazer uma meditação acessando as dores do passado, envolvendo-as em uma luz intensa, deixando que elas venham e, no encontro, não mais aprisioná-las, mas permitir que elas se vão. Sinta-as, mas não se identifique com elas, permitindo que elas se dissolvam na luz, que essa luz se expanda pelo seu corpo e que vá se dissipando lentamente por todas as fronteiras até que ilumine todo o universo.
Faça esse exercício sempre que uma dor estiver sufocando você. Ressignifique sua própria história, porque, talvez, dependendo da sua bagagem emocional, você precise pedir ajuda. Não se acanhe, vá buscar ajuda, pois não saber lidar com as emoções faz com que as dores sejam acumuladas sem necessidade, e você não merece.
Sendo assim, mesmo com medo é essencial abraçarmos as chances e os desafios para sairmos de um lugar que já não mais nos satisfaz.
Então, a palavra para hoje é “Ousadia”.
–“Ouse ir além e o poder lhe será dado”, José Roberto Marques.
Amorosamente,
Cândida Possebon
