Em parceria com Rede Samel, Instituto Transire desenvolve cápsula que evita intubação precoce para tratamento da Covid-19
Hospital municipal de campanha de Manaus é primeiro a utilizar tecnologia para dar maior conforto ao paciente de coronavírus e diminuir riscos de contaminação dos profissionais de saúde. Sistema reduz tempo de internação de 21 para 4,9 dias
Postado em 15 de abril de 2020
O Instituto Transire, de Manaus, sob a orientação da rede Samel de hospitais, desenvolveu um sistema simples e altamente escalável para diminuir a necessidade de intubação precoce de pacientes de Covid-19. Batizada de cápsula Vanessa em homenagem a uma paciente que foi tratada com o novo equipamento e se recuperou, a tecnologia foi concebida por médicos fisioterapeutas da rede Samel para, além de dar maior conforto aos pacientes com um tratamento não invasivo, diminuir os riscos de contaminação dos profissionais de saúde.
“Se utilizada logo no momento da internação, a cápsula pode evitar a evolução do quadro para intubação endotraqueal e reduzir o tempo de internação, em média, de 21 para 4,9 dias”, explica Luis Alberto Nicolau, diretor da rede Samel.
“Pensamos em um protótipo bastante simples que pudesse ser produzido a baixo custo e com alta escalabilidade. O resultado foi muito positivo e esperamos que possa salvar muitas vidas. O alto custo e a falta de respiradores para atender todos os pacientes é um dos principais desafios do sistema de saúde. Com o avanço da pandemia e a escassez de equipamentos de proteção para médicos e enfermeiros este cenário se torna ainda mais preocupante. Esta cápsula de ventilação não invasiva poderá ajudar a diminuir a sobrecarga no sistema”, assinala CG, Vice-Presidente do Instituto Transire.
A cápsula concebida pelo Instituto Transire funciona como um envoltório para ventilação não invasiva e é produzida em uma armação leve e resistente formada por canos de PVC, podendo ser manuseada e higienizada facilmente. Ela é revestida por uma película de vinil transparente para uma melhor visualização do paciente e para auxiliar na contenção do contágio.
O acesso ao paciente é feito através de janelas com aberturas com zíper, permitindo monitorar, alimentar e medicar sem a necessidade do contato direto do paciente com os profissionais de saúde. A cápsula é equipada com um exaustor e um compressor de ar tipo BiPAP, que tem custo de cerca de um sexto dos respiradores, e com um filtro tipo HMED para controle da temperatura e umidade do oxigênio e ação antibacteriana e antiviral. O filtro produz uma pressão negativa no interior da cápsula impedindo a liberação de aerossóis e a contaminação do ar.
“A cápsula produzida no Instituto Transire em parceria com a rede Samel se revelou uma solução simples que poderá ser utilizada por diversos outros hospitais públicos e privados em todo Brasil. O projeto está aberto para instituições de saúde que quiserem produzir e estamos prontos para ajudar outros interessados em fabricar novas cápsulas para outras regiões. Fizemos a doação do primeiro lote para o hospital de campanha da Prefeitura de Manaus, para outras instituições de municípios do Amazonas e para Boa Vista, em Roraima”, celebra Gilberto Novaes, presidente da Transire.
Um passo a passo para montagem da cápsula Vanessa está disponível no site do Instituto Transire e no da rede Samel. É importante salientar que este não é um projeto para produção e uso caseiro, sendo necessário o uso de equipamentos hospitalares específicos.
Um vídeo explicativo sobre a cápsulo pode ser visto na página da rede Samel no Facebook no endereço https://www.facebook.com/350036201697467/videos/910010389457809/