O ano letivo de 2020 e a pandemia do Coronavírus

Postado em 16 de julho de 2020

A quarentena imposta pela pandemia mundial e o impedimento de centenas de milhares de alunos de frequentar as escolas têm convidado educadores do mundo inteiro a refletir sobre suas próprias dificuldades e resistências diante do uso de tecnologias aplicadas à educação, e novas necessidades e modalidades de ensino.
Durante toda a história da educação foram criadas diversas metodologias de ensino mesmo dentro da educação formal, e essas sempre se transformaram com o tempo, à medida que a experiência coletiva exigia. O quadro em que vivemos hoje não é diferente.
Desde o início da quarentena, muitas ações têm sido conduzidas para que alunos não tenham seu aprendizado prejudicado pelo distanciamento físico do professor, das salas de aula e da comunidade escolar. Os colégios têm usado aulas on-line, conteúdos por aplicativo, videoconferências, aulas de apoio, conteúdos extras e interações recreativas, no intuito de recompensar a ausência do ambiente escolar.
Apesar de estarmos vivendo um período muito peculiar na história da humanidade, se pensarmos no ano letivo de 2020 como um todo, o que estamos praticando é o ensino híbrido, já existente em algumas modalidades antes da pandemia, em que o aluno tem seu conteúdo de aprendizado feito em aulas presenciais e on-line. Se tudo ocorrer como se espera, as aulas presenciais voltarão quase na metade do segundo semestre, haverá revezamento e o ensino on-line continuará sendo uma opção até o final do ano, pelo menos em alguns colégios particulares. Antes da pandemia, o ensino híbrido era uma prática de muitas universidades, no ensino profissionalizante e até em algumas escolas de ensino obrigatório.
Mesmo assim, a pandemia do novo Coronavírus trouxe consigo uma necessidade de escolas, professores e gestores educacionais reavaliarem suas próprias concepções de ensino diante do desafio de colocar o aluno, mais do que nunca, no centro do processo educacional, o que tem causado uma verdadeira corrida para compreender como utilizar as diversas ferramentas tecnológicas existentes em favor da continuidade desse processo.
Estamos exercendo todas essas reinvenções durante o curso do processo, avaliando diariamente os efeitos. As adequações e o acolhimento de cada aluno e sua família neste momento delicado têm sido um trabalho constante.
Diante do exposto, temos a certeza de que o ano de 2020 será marcado na educação como o ano em que as aulas começaram de modo presencial, mas que por razão da pandemia foram compulsoriamente levadas para o ambiente on-line, levantando discussões importantes sobre democratização e acesso à tecnologia e antecipando transformações educacionais que provavelmente levariam décadas para ocorrer. Para muitos, a sensação é de que o ano escolar “será perdido”, mas temos a certeza de que o conteúdo não absorvido será francamente recuperado e mais do que isso: todos nós enquanto comunidade escolar, incluindo os alunos, estamos desenvolvendo habilidades que serão mais que necessárias daqui em diante.
E quais outras lições podemos tirar de tudo isso? A situação atual exige uma nova reflexão sobre o nosso papel como educadores das futuras gerações, o que inclui necessariamente uma avaliação sobre os métodos e ferramentas que utilizamos no dia a dia.
Apropriar-se das ferramentas digitais nunca foi tão necessário. E muitos de nós educadores, neste momento, somos tão aprendizes quanto nossos próprios alunos.

INÁ SANCHES
Diretora Pedagógica
Mantenedora do Colégio Bilíngue Hipercubo
Contato: (11) 2391-1979 / 94249-3943
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