Seis maravilhas do Jalapão

Postado em 10 de março de 2017

Jalapão

O Jalapão é um destino forte, para fortes. Ali, a natureza é tão exuberante quanto dura. O calor facilmente atinge os 35ºC, os mosquitos pólvora devoram as pessoas até dentro dos potentes 4×4 (nem pense em ir com um carro sem tração), as trilhas são esburacadas, não sinalizadas e poeirentas, e a distância entre uma atração e outra chega a ultrapassar os 70 km, sem que se cruze com nenhum outro veículo ou pessoa dentro do Parque Estadual.
Com 34 mil km², o parque engloba oito municípios, sendo os principais Mateiros e Ponte Alta do Tocantins, a cerca de 200 km da capital, Palmas. Ponte Alta, onde estão alguns dos principais atrativos, é considerada a porta de entrada.
Mateiros também oferece alguns dos pontos altos da viagem, como a potente Cachoeira da Velha e as dunas de areia amarela, que se acumularam ao longo de um extenso processo de desertificação da Serra do Espírito Santo, a alguns quilômetros de onde se erguem as dunas.
Por conta dessa grandiosidade, visitar todo o parque do Jalapão é tarefa quase impossível, e quatro dias é o tempo mínimo requerido para conhecer o que ele oferece de mais belo – dunas, cachoeiras, fervedouros e outras paisagens.

Cachoeira da Velha
Potente e agressiva, é formada pelo rio Novo, o maior rio de água potável do mundo. Suas águas cor de chá descem caudalosas e com força brutal por diversos quilômetros, indo formar, mais abaixo, pequenas praias e quedas d’água. Uma passarela de madeira com cerca de 600 metros conduz até a parte da frente da cachoeira, onde se tem um ponto seguro para a observação. O barulho e o volume de água da cachoeira são impressionantes.

Prainha
Formada pelas águas da Cachoeira da Velha é, diferentemente daquela, tranquilíssima e rende um bom par de horas de banho. Cercada por árvores frondosas – uma exceção na vegetação do cerrado –, a Prainha oferece um silêncio típico dos lugares ermos e desérticos do Jalapão.

Dunas
As dunas do Jalapão são fruto de um processo de desertificação das falésias da Serra do Espírito Santo. Exuberantes, imensas e amarelas, são cercadas por pequenos lagos, buritizais e cerrado, e “cobertas” pelo céu azul do Tocantins. Vale a pena gastar duas horas caminhando por ali, apreciando a paisagem e observando as flores delicadas que brotam discretas do solo arenoso. No pôr-do-sol, espelhos d’água azul metálico formam-se sobre os lagos.

Cachoeira do Formiga
Esta cachoeira tranquila e excelente para banho forma-se a 4,5km da nascente do rio Formiga. Sua água é fria (mas agradável) e tem uma bela coloração que varia do azul turquesa ao verde esmeralda.

Povoado do Mumbuca
O povoado é formado por descendentes de escravos negros fugidos da Bahia miscigenados aos índios que já habitavam aquela região. Os habitantes do Mumbuca são precursores do artesanato feito com o capim dourado, espécie encontrada exclusivamente no Jalapão.
A primeira peça feita com o capim nasceu, nos anos 30, das mãos de dona Miúda, matriarca da comunidade quilombola do Mumbuca, falecida no início de 2011. É o artesanato que dá sustento às 40 famílias que vivem ali, em casas de adobe e palha e chão de terra batida.

Fervedouros
Olhos d’água que “empurram” as pessoas para a superfície de verdadeiras piscinas naturais são uma das sensações do Jalapão. Conhecidos como fervedouros, esses recantos de água cristalina com areia clara reforçam o lado paradisíaco e misterioso da região. Para preservar a natureza, a entrada nos poços é limitada.

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