O que é vitiligo?

Postado em 8 de março de 2022

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele em virtude da destruição dos melanócitos, células que formam a melanina.
No Brasil, mais de um milhão de pessoas manifestam essa condição (0,5% dos brasileiros). No mundo, a doença atinge, em média, 1% da população.
Cerca de 25% dos casos aparecem antes dos 10 anos de idade; 50%, até 20 anos, e de 70% a 80%, antes dos 30 anos.
Existe uma tendência hereditária, mas sabemos que apenas 20% dos pacientes com vitiligo terão algum familiar com a doença.
Ela não é uma doença contagiosa, mas pode causar sequelas emocionais em virtude da discriminação sofrida por pessoas portadoras.
Sua causa é auto-imune, onde ocorre uma auto-destruição dos melanócitos. Na grande maioria das vezes, o gatilho para essa auto-destruição está relacionado a algum evento traumático ou estresse agudo. Outras doença auto-imunes podem estar associadas ao vitiligo, como psoríase, alopécia areata e doenças da tireóide.
O vitiligo pode se manifestar de seis formas: focal (manchas pequenas em uma área específica do corpo); mucosal (manchas somente nas mucosas, como lábios e região genital); segmentar (manchas distribuídas unilateralmente, apenas em uma parte do corpo); acrofacial (manchas nos dedos e em volta da boca, dos olhos, do ânus e genitais); comum (manchas no tórax, abdome, pernas, nádegas, braços, pescoço, axilas e demais áreas acrofaciais); e universal (manchas espalhadas por várias regiões do corpo). Cerca de 50% dos pacientes terão a região da cabeça e pescoço acometidos pela doença.
Seu diagnóstico é clínico, ou seja, ouvindo a história do paciente e examinando a sua pele, mas em caso de dúvidas podemos lançar mão da biópsia da pele, microscopia confocal e lâmpada de Wood.
O tratamento do vitiligo é feito com o objetivo de parar a progressão da doença e estimular a repigmentação da pele. Podemos lançar mão de corticóide oral e tópico, imunomoduladores tópicos, fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb), fototerapia com ultravioleta A (PUVA), laser, além de técnicas cirúrgicas de transplante de melanócitos. Estão sendo pesquisados ainda tratamentos tópicos, à base de inibidores de prostaglandinas e à base de inibidores de JAK, por exemplo. Mas, certamente, aparecerão outras medicações em médio prazo. O importante é que o paciente procure ajuda, tenha apoio médico e psicológico e não deixe que a doença o tire do seu propósito de vida.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
Dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
Formada pela Universidade Federal Fluminense
Especialista em Clínica Médica e Dermatologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
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