O filho ideal é o meu

A importância de valorizar o que é único em cada criança

Postado em 2 de abril de 2021

Como pais, criamos muitas expectativas a respeito dos nossos pequenos diante daquilo que julgamos ser o ideal, mas como muitas coisas em nossas vidas, nem sempre esse ideal se materializa neles. Aparecem as comparações e as tentativas frustradas de moldá-los de acordo com os padrões que nos são aceitáveis.
No que diz respeito ao nosso comportamento, “erramos tentando acertar”, por isso é importante considerar que cada criança é única e não carrega a responsabilidade de sanar nossas expectativas e idealizações, algo que muitas vezes não parte da realidade, mas sim de nossas utopias.
É importante trazer à luz da nossa consciência que a forma como vemos nossos filhos reflete como um espelho na atitude deles. Podemos dizer que as crianças se veem na lente dos olhos de seus pais na maior parte do tempo. Por isso é essencial o olhar que afirma e diz sem palavras: “Eu tenho orgulho de você, meu filho”.
Infelizmente, quase sempre, quando nossos filhos não correspondem às nossas expectativas, o olhar que lançamos sobre eles acaba cheio de frustração e decepção. Ainda pequenos, fazemos deles troféus a serem exibidos, e realmente são. Estão no topo da lista de presentes que ganhamos sem nenhum mérito e que possuem valor inestimável.
Vale lembrar que cada criança carrega em si muito de seus pais, seja na genética, nos traços de personalidade ou nos valores que são agregados ainda na primeira infância. Por essa razão, pode-se afirmar que eles refletem nosso próprio comportamento para com eles.
Está em cada criança um potencial a ser explorado e, principalmente, incentivado, levando em conta as habilidades de cada uma delas em suas particularidades, como pequenas árvores que dão frutos diferentes em épocas oportunas e climas variados.
O olhar de aprovação e aceitação é como a luz do sol, extremamente necessária para que essa criança floresça em suas habilidades. As palavras de encorajamento, por sua vez, são como o adubo que a faz crescer rumo ao desenvolvimento pleno do seu potencial.
Faz parte dos aspectos socioemocionais da criança conhecer-se, e isso inclui ter uma visão realista de seus pontos fortes e também dos não tão fortes assim. Considerando as diferenças entre as pessoas, é de suma importância que essa criança saiba que ela pode falhar ou possuir pontos fracos, mas que seus pais vão amá-la da mesma maneira.
Essa habilidade de autoconhecimento permitirá a essa criança exercer a empatia e cultivar relacionamentos saudáveis quando for adulta. É por essa perspectiva que podemos afirmar a importância do comportamento dos pais em relação às virtudes ou deficiências de seus filhos, sem ter a necessidade de mascarar suas fraquezas ou fazer com que suas habilidades se sobressaiam em detrimento de outros.
Geralmente, o nosso conceito de inteligência é bastante limitado, principalmente se levarmos em conta o conceito de inteligência múltipla, liderada pelo psicólogo Howard Gardner, que aponta nove tipos de inteligência: lógico-matemática, linguística, musical, espacial, corporal-sinestésica, intrapessoal, interpessoal, naturalista e existencial. Sob essa ótica, seria equivocado afirmar que só é inteligente aquele que tem facilidade em resolver cálculos matemáticos, por exemplo.
Sendo assim, querido leitor, a percepção de inteligência e potencial de cada criança não pode ser limitada a comparações ou firmada em rigorosas expectativas que não respeitam as diferenças entre as pessoas.
Contudo, através de um olhar de aceitação e afirmação, que independe das limitações e habilidades presentes, formamos uma criança emocionalmente saudável, capaz de enfrentar frustrações, fracassos, limitações, criticas, entre outras intempéries, sem que seu mundo desabe.
Seja o maior encorajador que seu filho pode encontrar e ouse dizer:
“O filho ideal é o meu!”

Roberta Moreira
Analista de Conteúdo Pedagógico
Colégio Bilíngue Hipercubo
Contato: (11) 2391-1979 / 94249-3943
Foto: Freepik
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