Maria Odete G. Galvão

Psicóloga e Psicanalista

Postado em 7 de abril de 2021

A dificuldade em elaborar o luto ao ficar viúva aos 24 anos de idade, com apenas dois anos de casamento, foi o que fez a psicanalista e mestre em semiótica, doutora Maria Odete G. Galvão, se encantar com este universo. Hoje ela é especialista e referência quando o assunto é psicologia e psicanálise.
“A dificuldade em elaborar esse luto, que naquele momento parecia intransponível, me levou à procura de um psicanalista. Ali, não só elaborei o luto, como comecei a me perguntar qual era o meu desejo como profissional, mulher, filha, ou seja, qual era o meu lugar no mundo”.
Na época, já formada em História, Maria Odete se encantou com o processo analítico, voltou para a faculdade, se formou em psicologia e fez várias especializações na área da psicanálise e o mestrado pela PUC. Hoje ela soma três décadas de clínica psicanalítica, é professora de psicanálise, orientadora de trabalhos acadêmicos e supervisora de atendimentos clínicos nos cursos de formação em psicanálise do Espaço Psicanálise e do Núcleo de pesquisa em psicanálise arte e cultura, dentre outras formações e especializações.
“Continuo encantada com a psicanálise, pois ela não é uma profissão, muito menos um trabalho, é um ofício ao qual me dedico com muito apreço”, ressalta.
Em seu consultório de psicanálise, Maria Odete atende todos de qualquer idade que sofrem com seus sintomas e que não encontraram alívio para suas dores com os tratamentos convencionais e decidiram por intervenção própria ou da família compreender a função dinâmica dos sintomas e tratá-los.
Falando sobre a psicanálise e o universo feminino, e o quanto esse processo pode ajudar a se tornar uma mulher de sucesso, Maria Odete ressalta que mulheres psicanalistas passaram a pertencer ao movimento psicanalítico já instituído a partir de mil novecentos e dez. Elas não apenas tiveram sua importância reconhecida como assumiram papel de protagonistas na sua história. “São elas Melanie Klein, Anna Freud, Karen Horney, Helen Deutsch, Joan Rivére, Jeanne Lampl-de Groot e Ruth Mackbrunsvik. Tive a oportunidade de estudar e conviver com psicanalistas excepcionais, minha analista Dra. Joana Helena da Cunha Ferraz, a quem reconheço importantes conquistas da minha existência; Dra. Sandra Dias, a professora a quem devo a importância do rigor psicanalítico; Maria Rita Khel e Dra. Leny Magalhães Mrech”, finaliza.

Vapt-vupt

Ser mulher é?
É saber-se não toda, que não há completude, que a felicidade é parcial, e mesmo assim saber se fazer encantadora em todos os lugares que se deseja ocupar.

Segredo para o sucesso?
Não há cartilhas e nem segredos, cada um cria e ocupa à sua maneira seu lugar ao sol e seu direito à sombra.

Momento inesquecível?
O presente.

Um sonho a realizar?
Que os sonhos continuem a existir e que possam nos fazer caminhar… Sempre!

O que mais lhe incomoda nas pessoas / Se pudesse erradicar um problema no mundo, qual seria?
A paixão pela ignorância.

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Nesses quase cem anos de demandas e inquietações, as discussões em torno da feminilidade, maternidade, sexualidade, da relação mãe e filha, a psicanálise tem aberto as portas para o mundo das representações psíquicas, dos significados, das fantasias, temores e afetos que cercam a experiência de ser mulher, do desejo da gravidez, das relações e sobre como a filha performa a própria maternidade, por exemplo. Abandona-se de vez o chamado instinto maternal, questionam a imagem idealizada da boa mãe e atentam para o fato de que a maternidade, para muitas mulheres, é vivida como fatalidade. Estudos atuais levantam novos e complexos debates sobre tarefas libidinais, papeis sociais, confrontos e emergências de conflitos não resolvidos, que são recalcados e retornam de forma devastadora para algumas mulheres.

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