Doenças infecciosas são as principais causas de internação infantil

Postado em 27 de setembro de 2019

São nos primeiros anos de vida da criança que os pais, principalmente os de primeira viagem, se deparam com muitos aprendizados. Nessa fase, surgem algumas enfermidades típicas da infância e as preocupações e inseguranças se acumulam aos primeiros sinais de doenças como sarampo, catapora, inflamações, crises alérgicas e até a chamada mão-pé-boca, quando os pequenos começam os primeiros contatos com o mundo. A verdade é que, mesmo esses problemas sendo quase impossíveis de evitar, outras doenças requerem apenas um cartão de vacina em dia.
Quando estão dentro do útero, os bebês recebem proteção de anticorpos maternos e não estão em contato com nenhum tipo de vírus e bactérias e, por isso, seu organismo desconhece esses agentes. Mas durante os seis meses seguintes após deixar esse abrigo e ter contato externo, se tornam vulneráveis a qualquer micro-organismo. Diante dessa exposição contínua, para alguns desses corpos indesejáveis não há escapatória. Nenhuma criança estará livre de passar por dores de garganta, inflamações nos ouvidos, diarreias, gripes e resfriados, até o organismo reagir e produzir imunidade, sendo por estímulo de vacinas ou pelo contato dos com as próprias doenças.
Segundo o infectologista pediátrico Daniel Wagner, do Hospital da Criança, da Rede D’Or São Luiz, as doenças infecciosas e parasitárias encontram-se entre as principais causas de internação hospitalar em crianças no Brasil. Dentre as infecções mais comuns observadas na infância, podemos destacar as doenças respiratórias e as diarreicas, que podem ser causadas por vírus, bactérias e fungos. Muitas dessas questões são desencadeadas quando a criança inicia um novo ciclo da vida: a entrada em creches e escolinhas. Nessa fase, elas são apresentadas a ambientes, objetos e pessoas que não estão acostumadas, podendo ocasionar a chamada doença mão-pé-boca. “Em geral, crianças pequenas apresentam hábitos que facilitam a disseminação de enfermidades, tais como levar as mãos e objetos à boca, contato interpessoal muito próximo, falta da prática de lavar as mãos e de outros hábitos higiênicos, por isso, necessitam de cuidados constantes”, explica o especialista.
Para isso, os pais e demais responsáveis devem recorrer a alguns cuidados para encarar esse período mais frágil. “Sempre lavar as mãos principalmente antes de preparar ou ingerir alimentos, após ir ao banheiro e depois de utilizar transporte público e sempre que voltar da rua. Para as doenças respiratórias, além disso, também é preciso evitar locais fechados e com aglomeramento de pessoas em períodos frios e/ou chuvosos”, enfatiza o infectologista. A alimentação, começando desde a amamentação, também contribui para o fortalecimento dos pequenos. “O mais importante é evitar o desmame precoce, pois manter o aleitamento materno aumenta a resistência das crianças contra as diarreias e demais problemas. Evitar ingerir alimentos com higiene e preparo duvidosos, crus ou malcozidos”, completa.
Porém, para outros casos, a forma mais eficiente de combate são as vacinas. O sarampo, rubéola e a caxumba, por exemplo, trio de doenças virais que aterrorizou o século passado, voltaram a ser pauta das campanhas de saúde depois do surto recente do sarampo. O grande desafio atual se refere às campanhas anti-vacinas sem fundamento científico, tornando crianças e adultos novamente susceptíveis às doenças consideradas erradicadas, como é o caso do sarampo. Mesmo diante das chamadas “fake news” sobre a eficácia das vacinas, o especialista alerta da importância máxima da imunização infantil por meio da vacinação. “As vacinas são o meio mais seguro e eficaz de nos protegermos contra certas doenças infecciosas e são obtidas a partir de partículas do próprio agente agressor, sempre na forma atenuada (enfraquecida) ou inativada (morta). Quando o organismo é atacado, o sistema de defesa desencadeia uma reação para impedir a ação desses agentes estranhos”, ressalta Wagner.
O sarampo é uma doença infecciosa grave causada por um vírus e pode ser fatal. Sua transmissão ocorre quando a pessoa infectada tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. A única maneira de prevenção é por meio da vacina. Atualmente, o surto representa um desafio em algumas capitais brasileiras como São Paulo. Mais de 2600 casos já foram confirmados e os números aumentam progressivamente em virtude da baixa cobertura vacinal. Além do sarampo, atualmente existem várias vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde e beneficiam todas as faixas etárias, seguindo um calendário nacional de vacinação.

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