A difícil arte de viver um relacionamento

Postado em 9 de fevereiro de 2021

Neste nosso tempo, onde tudo parece diferente e novo, podemos perceber que os relacionamentos estão cada vez mais se desafiando, aliás, está sendo uma arte equilibrá-los e, não só os relacionamentos de casais, como também entre pais e filhos, irmãos, colegas de trabalho, amigos e por aí vai.
Há cerca de um ano fui convidada, fato que me deixou muito feliz, para celebrar um casamento. Celebrar? Como assim? Sim, o casal de jovens me honrou com esse convite e, como faz parte de mim ousar, aceitei. Entretanto, confesso que senti aquela pontinha de medo. Ah! Meu Deus! O que falar nesta missão tão diferente? E hoje, transcorrido um ano, onde nossas vidas mudaram completamente e onde os nossos relacionamentos estão passando pelo que podemos chamar de “prova de fogo”, pensei em compartilhar a metáfora que utilizei naquela cerimônia de casamento. Posso assegurar que o casal, apesar da turbulência, está caminhando muito equilibrado e tomara que, ao lerem esse depoimento, aconteça uma inspiração para um equilíbrio maior. Vamos lá:
“Não é o amor que sustenta um relacionamento, é o modo de se relacionar que sustenta o amor”. Faz sentido para vocês, caros leitores?
Enfim, não há promessa que possa amarrar o futuro e, sim, confissão de amor para celebrar o presente. Portanto, tenham claro que, no dia a dia, o “casamento” (qualquer tipo de união entre duas pessoas) não vai garantir a felicidade eterna, pois, é preciso compreender que essa tal felicidade é hoje, pode ter sido ontem e amanhã não sabemos, visto que tudo depende das nossas escolhas. Sendo assim, vou fazer uma analogia inspirada num texto de Rubem Alves, que diz: “Podemos comparar o casamento a dois tipos de esporte parecidos: o Tênis e o Frescobol (são 2 jogadores que usam raquete e batem numa bola).
No Tênis – o jogador é feroz e o seu objetivo é derrotar o outro componente do jogo (adversário). Sua derrota é causada pelo seu erro. Ele tem a exata noção do ponto fraco do seu oponente e o prazer deste esporte é justamente quando o outro não pode mais continuar. Sempre termina com a alegria de um e a tristeza do outro.
No Frescobol – para que o jogo seja apreciado é necessário a alegria dos dois e que nenhum dos participantes seja derrotado. Não existe adversário porque não há ninguém a ser vencido. Neste esporte os dois ganham, não há nenhum vencedor ou perdedor. O ideal é o ir e vir da bolinha sem erros de ambos os lados. O erro de um é lamentado pelo outro. O que errou pede desculpas e o que provocou se sente culpado, mas, tudo bem, começa-se de novo…
A Bola – são as nossas fantasias e os nossos sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonhos e fantasias para lá e para cá… Entretanto, às vezes jogamos com os sonhos como se fosse o Tênis: sempre esperando o momento certo para a cortada, buscando com isso ter a razão. E, aí, qual é o prêmio? O distanciamento. Assim, quem ganha perde.
Então, sempre que houver um desequilíbrio, pense se faz sentido se perguntar: “Eu quero jogar Tênis ou Frescobol?”.
O sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado. Se o desejo é que o outro sempre esteja presente e que o jogo nunca tenha fim, ninguém deve ganhar sozinho, ou seja, os dois devem ganhar juntos.
E o segredo de se escolher o jogo do ganha/ganha nada mais é que a afirmação de Nietzche no século 19: “Ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta – eu seria capaz de conversar prazerosamente com essa pessoa até a minha velhice?”.

Por: Cândida Possebon
Pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching
– Profissional & Self Coach – Certificado 6097
– Formação em Coaching Assessment
– Formação em Coaching Ericksoniano (Hipnose)
– Formação em Hipnose Clínica
– Formação em Constelação Familiar
– Formação em Conflitos e Dinâmicas Familiares
– Complementação em Constelação Sistêmica
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Contato: (11) 97450-7135 / 3754-5773
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