Toxina botulínica: uso muito além da estética

Postado em 18 de março de 2020

A toxina botulínica tipo A, muito conhecida pelo nome comercial de Botox®, é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, capaz de produzir uma paralisia neuromuscular transitória, impedindo a contração muscular em aproximadamente três a seis meses. Foi utilizada de forma terapêutica, pela primeira vez, na década de 60 para corrigir estrabismo. Depois, novos estudos foram realizados, quando em 1989 foi iniciado seu uso para fins estéticos, sendo uma opção já consagrada para minimizar os sinais do envelhecimento e aparência cansada da face, com aplicação realizada, inclusive, no terço inferior da face e pescoço. Mas sua utilidade vai muito além da estética.
Hoje, vários trabalhos mostram evidências na melhora da vermelhidão causada pela rosácea, uma doença de pele inflamatória muito comum.
Além disso, tem a vantagem de diminuir a produção de suor e atividade das glândulas sebáceas, melhorando a aparência da pele e reduzindo o desencadeamento de acne.
A sudorese excessiva em axilas, mãos e pés, conhecida como hiperhidrose, tem uma diminuição significativa ao aplicarmos doses mais altas da toxina, o que devolve ao paciente um conforto e segurança no seu convívio social.
Outra aplicabilidade muito comum da toxina são nos casos de dor como enxaqueca e dor crônica pós herpes zoster.
Pacientes que sofrem de bruxismo podem ter seu músculo masseter parcialmente paralisado, aliviando muito as consequências negativas dessa condição, principalmente pela melhora significativa da qualidade do sono do paciente.
Recentemente, a ANVISA aprovou o seu uso para tratamento de bexiga hiperativa, uma condição que leva o indivíduo a ir mais de oito vezes ao banheiro por dia, podendo inclusive ter escape de urina (incontinência urinária). Seu uso é satisfatório em cerca de 80% dos casos, com melhora expressiva dos sintomas e ganho da qualidade de vida do paciente.
Várias outras aplicabilidades já são comprovadas e muitos estudos em outras doenças estão em andamento, visando sempre ampliar o benefício dessa substância na prática clínica médica. Tire suas dúvidas com seu médico.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
Dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
formada pela Universidade Federal Fluminense
Especialista em Clínica Médica e Dermatologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
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