Intestino grosso e medicina chinesa

Postado em 29 de agosto de 2018

É para o intestino grosso (IG) que se dirigem os alimentos não digeríveis pelo organismo, conhecidos como dejetos inúteis, que contém nutrientes que são digeridos e absorvidos pela rica flora bacteriana e a água que será absorvida e reaproveitada.
Na concepção chinesa a função do IG é bem parecida, é responsável por assimilar o essencial e descartar o inútil. Defecar mantém a ordem e ritmo de muitas outras funções do organismo. Quando ocorre uma alteração ou bloqueio na função de absorção da água, temos a diarreia ou a constipação.
Para se manter um equilíbrio, é importante a ingestão de alimentos que beneficiam a flora intestinal e também a ingestão da quantidade ideal de líquido no dia a dia.
A tristeza na tradição chinesa em demasia pode gerar bloqueios nas funções do pulmão e intestino grosso, gerando sintomas como depressão, melancolia, diarreia, constipação ou até mesmo um câncer.
A disfunção energética de qualquer órgão pode gerar sintomas em nosso sistema, assim como qualquer emoção em excesso pode desequilibrar nosso corpo físico e emocional, porque nossos sentimentos geram os chamados neurotransmissores que são substâncias químicas produzidas pelos neurônios com a função de enviar informações para nossas células. Podemos classificá-los em dois tipos; aqueles que produzem respostas inibidoras e aqueles que produzem respostas excitatórias. Alguns exemplos de neurotransmissores conhecidos são a endorfina, que alivia dores e nos dá uma sensação de euforia, e a serotonina, que com estímulo dos batimentos cardíacos regula nosso nível de humor e o início do sono.
Existem atualmente muitas pesquisas sobre a influência do intestino na saúde e bem estar. Ele vem sendo chamado de segundo cérebro. A maior parte de nosso sistema imunológico (cerca de 2/3) reside no intestino.
A medicina chinesa busca através da avaliação energético funcional, pontuar os desequilíbrios que estão causando as disfunções no nosso organismo. Através da acupuntura e da farmacologia chinesa conseguimos equilibrar estas disfunções modificando o quadro clínico apresentado e trazendo mais qualidade de vida e equilíbrio também emocional, uma vez que o intestino e o cérebro se comunicam.
Um exemplo disso são as situações de estresse, quando o cérebro para resolver toma emprestada a energia dos intestinos. Através das fibras nervosas simpáticas, o intestino é informado de que a situação é de emergência, com isso ele poupa a energia da digestão, o que reflete na própria circulação sanguínea. Essa reação não pode durar um longo prazo, o intestino também envia sinais desagradáveis ao cérebro, e com isso podemos sentir cansaço, falta de apetite, diarreia ou um vômito emocional.
Para finalizar não podemos deixar de olhar para nossa dieta alimentar. Para a cultura oriental o alimento é um grande coadjuvante da saúde, tanto as ervas como os alimentos possuem diferentes naturezas, sabores e uma força propulsora do movimento da energia (Qi) no nosso corpo, que tem a habilidade de equilibrar o Yin, Yang, Qi e sangue. Tanto as ervas como os alimentos dividem a mesma raiz e tem similar ação medicinal, e podem ser usados juntos na prática clínica. A farmacologia chinesa, também conhecida como fitoterapia chinesa e que também tem uma história milenar, pode nos ajudar muito associada a todas as técnicas desta maravilhosa arte oriental milenar.

Por: Ana Paula Araújo
Crefito: 24998-F
Fisioterapeuta e acupunturista
Contato: 94781-9852
anapaula.fisio.acupuntura@gmail.com
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