Especialista explica a relação entre o desejo por comer algo e reações emotivas

Sabe diferenciar fome, apetite e saciedade é o primeiro passo para evitar transtornos alimentares

Postado em 26 de setembro de 2019

Quantas vezes nos deparamos com um desejo imenso de comer aquele doce na TPM? Ou em um dia estressante, a vontade incontrolável por uma comida mais pesada e gordurosa? Sabemos que em determinadas situações, como no caso de dietas restritivas, nosso corpo carece de alguns nutrientes que são essenciais para o organismo e encontrados em diferentes tipos de alimentos. Mas grande parte das pesquisas feitas sobre os desejos alimentares apontam que provavelmente eles ocorrem devido a reações psicológicas.
Essas situações estão ligadas às nossas emoções e a sinais externos capazes de provocar sentimentos, como tristeza, felicidade, preocupação, ansiedade, entre outros. De acordo com Ana Pallottini, consultora em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI), os nossos sentimentos estão diretamente relacionados com nossas escolhas alimentares. “É importante identificar e saber discernir, para que não se desenvolva um caso de transtorno alimentar. Uma boa dica é respeitar o corpo e as vontades, mas acima de tudo, saber diferenciar o que é fome, apetite e saciedade”, explica.
A fome é a necessidade fisiológica de comer e não está relacionada a alimentos específicos. Já o apetite é muito sensível ao sabor dos alimentos e expressa o desejo de comer algum algo específico. Por fim, a saciedade pode estar relacionada ao momento de parar de comer e seus sinais já aparecem quando pequenas quantidades de nutrientes são absorvidas no organismo.
A parte do corpo humano que controla essa sensação de necessidade de comer algo é o hipotálamo, uma área localizada no cérebro. Quando não sabemos lidar com as nossas emoções e descontamos nossos sentimentos na comida, ocorre o excesso de estímulo do hipotálamo. Essa confusão pode gerar a hiperfagia, também chamada de polifagia, uma grave desordem alimentar caracterizada pela ingestão de alimentos exagerada, ultrapassando o necessário para atender a demanda energética do organismo. “A lesão no hipotálamo pode levar a distúrbios alimentares e obesidade, causar dificuldade de realizar a deglutição de alimentos e deficiência de nutrição grave e prolongada”, alerta a nutricionista.
Para Ana Pallottini, a relação entre o eixo cérebro-intestino é capaz de melhorar as chances de optarmos por alimentos mais saudáveis. Por isso, uma alimentação mais consciente e equilibrada ajuda na tomada de decisão e principalmente no controle sobre nossas emoções. “Nosso intestino é capaz de produzir hormônios que nos trazem felicidade. Para mantê-lo equilibrado e funcionando adequadamente, é fundamental cuidar da saúde de nossa flora intestinal. Além disso, consumir todos os grupos alimentares possibilita um aporte de nutrientes capazes de suprir todas as carências nutricionais: os carboidratos integrais, por exemplo, oferecem vitaminas, fibras e minerais responsáveis para a saúde de nossas células intestinais”, reforça a especialista.
Desta forma, quando sentirmos desejos por determinados alimentos, estaremos mais conscientes para a tomada de decisão e principalmente para o controle sobre nossas emoções.

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