Ensino do Ballet e seus métodos

Postado em 28 de maio de 2019

Assim como na escola o ensino regular é fundamental para a alfabetização do aluno, no estudo do ballet, seguir uma metodologia estruturada é fundamental para o aprendizado correto logo nos primeiros anos.
Existem 7 métodos de ensino da Dança Clássica. São eles, em ordem cronológica: Escola Francesa, Dinamarquesa, Italiana, Inglesa, Russa, Americana e Cubana.
Cada um com suas peculiaridades, como posições de braços, cabeças, dinâmicas de passos, decomposição e execução deles, mas com um objetivo comum: formar bailarinos e torná-los os melhores que puderem ser.
Cabe então aos professores e diretores das escolas de dança escolherem qual método é mais adequado aos seus alunos, podendo mesclar conteúdos e garantir uma melhor formação.
A Escola Francesa foi fundada em Paris pelo rei Luis XIV em 1661 e dirigida pelo Francês Charles de Beuchamps. Assim iniciou-se a sistematização do vocabulário da técnica do ballet e a elaboração das cinco posições dos pés, que definiu a base do academicismo clássico em idioma francês.
A escola dinamarquesa é também conhecia como Bournonville, pois entre 1816 e 1879 teve uma grande influência de Antoine e Auguste Bournonville, pai e filho, que incrementaram características próprias ao método de ensino, no qual destacaram a dança masculina.
Já a Itália manteve por séculos uma tradição de dança virtuosística e de cunho popular. Produziu grandes mestres que originaram a chamada Escola Italiana de Balé, representada principalmente por Enrico Cecchetti (1850-1928), professor e artista italiano. Cecchetti desenvolveu um sistema rigoroso de ensino que usa características essenciais da dança, como pureza de linhas e simplicidade no estilo.
A escola inglesa, por sua vez, é representada pela Royal Academy of Dance. Fundada em 1920, como Associação de Professores de Dança da Grã-Bretanha, uniu técnicas italianas e russas para criar um estilo único de ballet.
O tradicional método Russo, também conhecido como Vaganova, surgiu graças à influência da bailarina Agrippina Vaganova (1879-1951).
Vaganova enfatizou dançar com o corpo inteiro, promovendo a movimentação harmoniosa entre braços, pernas e tronco. Foi a primeira a observar a necessidade de um “roteiro” de aprendizado. Em 1934, Vaganova publicou o livro “Basic Principles of Classical Ballet”, que codificou seu método de ensino e o tornou base de influência mundial.
O método americano foi estruturado em meados da década de 30, através da influência do então bailarino russo, Georges Balanchine, que foi para os Estados Unidos e fundou a primeira escola americana de balé, em Hartford. Balanchine é reconhecido como o coreógrafo que revolucionou o pensamento e a visão sobre a dança no mundo, sendo responsável pela fusão dos conceitos modernos com as idéias tradicionais do ballet clássico.
Por fim, a escola cubana foi desenvolvida por grande influência russa e pela experiência pessoal da bailarina Alicia Alonso, sua figura mais mítica. Alonso e uma equipe de mestres da dança, respeitaram as características biofísicas do povo cubano.
Portanto, podemos observar através desse breve relato que são muitas as possibilidades de ensino da dança clássica.
De acordo com o site da bailarina Ana Botafogo, todos os métodos possuem benefícios, mas, no fundo, o que define a seleção por aquele que é melhor para você é a adaptação do seu corpo a ele.

Ana Carolina Menegatti
Fisioterapeuta
Mestre em biomecânica
Bailarina, coreógrafa e professora na Nova Forma academia
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