Automação residencial dependerá cada vez menos de interferência humana

Segundo especialistas, a tendência é que nesta quarta geração da tecnologia, equipamentos comecem a ‘pensar’ ´por si e a ajustar as condições de conforto e segurança dos moradores

Postado em 28 de fevereiro de 2018

A automação residencial enxerga na inteligência artificial o seu futuro. Se anteriormente o morador utilizava botões, controles remotos ou smartphones para ativar os sistemas de sua residência, a tendência é que muito em breve essa função seja realizada pelos próprios equipamentos. Os aparelhos serão capazes de preparar todo o conforto do ambiente sem a necessidade de interferência humana.
“O futuro é que esses equipamentos ‘pensem’ e comecem a programar cenas a partir da rotina do morador”, destaca o engenheiro Rubens Augusto Romano, titular da Automatic House, empresa de consultoria. “Os hábitos do morador que chega em casa, diariamente, às 17 horas de acionar o ar-condicionado, abaixar as cortinas e ligar o aparelho de som são registrados pelos equipamentos, que passam a repeti-los automaticamente”, exemplifica.
Mas engana-se quem imagina que a automação está ligada somente ao luxo. A tecnologia colabora, há algum tempo, com a saúde de pacientes. Por exemplo, o morador com algum tipo de doença pode usar pulseira ou camiseta que monitoram indicadores como temperatura e frequência cardíaca. Os dados são captados por sensores da casa, enviados para a ‘nuvem’ e o centro médico informado imediatamente em caso de intercorrências.

Eficiência energética e custos
A automação é grande parceira da eficiência energética residencial. “É interessante sempre usar a tecnologia a seu favor”, diz o consultor. Operações como ligar e desligar a iluminação da casa devem estar atreladas a parâmetros que visam economia. É o caso de programar que a luz artificial só será ligada quando não houver iluminação natural, ou quando tiver pessoas na sala. Ao ser bem projetada, a automação é capaz de proporcionar ganhos significativos em eficiência.
Contar com os benefícios das soluções de automação não exige investimentos tão expressivos quando se trata de projeto de menor porte. Há, no mercado, produtos a partir de R$1 mil, ou até menos, quando se trata de controlar a iluminação através de aplicativo gratuitode smartphone para lâmpada que custa cerca de R$400. “No entanto, em projetos complexos, o céu é o limite”, acrescenta o profissinal.

O futuro é agora
De acordo com Romano, o setor de automação residencial foi fortemente afetado pela recessão econômica do País. “Mas, hoje, os investidores que estão construindo imóveis para vender percebem que, se a solução de sua escolha não tiver uma boa tecnologia, seja ela do tamanho que for, o resultado será um produto de baixa performance, ou seja, a automação residencial passou a ser um diferencial competitivo”, comenta.
Nos últimos anos, entraram importantes players no mercado, principalmente grandes marcas mundiais de tecnologia, que passaram a oferecer produtos no segmento. “A automação passou a ser popularizada por essas empresas”, observa. É o caso das smart TVs que foram dotadas de outras funcionalidades pelos fabricantes. O aparelho agora acumula a função de centro de controle dos demais equipamentos, como rádios ou home theater.
O mesmo aconteceu com o relógio. “A partir do momento em que se tem uma rede WiFi funcionando na casa, é possível controlar vários produtos de formas diversas”, diz. A primeira geração da automação foi a dos controles remotos, porém, o grande salto veio com os smartphones e seus aplicativos. “Chegamos, agora, à quarta geração com a Internet das Coisas, em que os IPs fazem com que todos os equipamentos conversem entre si”, destaca.
“É uma evolução muito rápida e já em uso. As pessoas estão dependendo cada vez menos do integrador de sistemas de automação e fazendo sua própria programação – pessoalmente, ou através da internet, ou pela inteligência artificial dos equipamentos. Essa mudança tornou a automação mais econômica, pois depende apenas de equipamento com algumas funcionalidades”, ressalta.

Automação na prática
O projeto elaborado pela Vitacon, com parceria da IBM e Intel, comprova a evolução das tecnologias de automação. Trata-se do SOUL (Smart Options for Urban Life) que consiste em um edifício capaz de entender a rotina dos seus moradores e fornecer serviços que se adequem às especificidades de cada um.
A primeira fase do projeto contará com um apartamento (laboratório) destinado a startups e parceiros que queiram testar e aplicar inovações para smart home, com base no conceito da Internet das Coisas. O empreendimento permitirá testes e instalação de sensores que meçam consumo de energia, água, gás, movimento, proximidade, temperatura, luminosidade e umidade; sistemas de notificação sem fio via Bluetooth e WiFi; dispositivos para interligar a rede central do prédio a cada morador; entre outros.
O objetivo da etapa inicial será testar a aplicação da tecnologia no dia a dia das pessoas convivendo em um ambiente real e sentindo o impacto de se ter tudo conectado e integrado. Já na fase seguinte, as tecnologias mais maduras e integradas serão aplicadas em um edifício da Vitacon na avenida Faria Lima, em São Paulo.

Fonte: Portal AECweb / e-Construmarket
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