Dra. Gabriela Capareli

Dra. Gabriela Capareli CRM: 131.079 / RQE: 50304 Dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia formada pela Universidade Federal Fluminense Especialista em Clínica Médica e Dermatologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Me queimei! E agora?

Postado em 7 de julho de 2022

Uma queimadura é definida como sendo uma lesão traumática que acontece na pele e é ocasionada por algum agente externo. Esse agente externo pode ser um produto químico ou alguma substância que esteja muito aquecida, como a água fervendo. Um choque elétrico, por exemplo, também é capaz de resultar em uma queimadura.
O sol é capaz de causar uma queimadura na pele, a chamada queimadura solar, que também é considerada uma queimadura térmica.
As queimaduras podem ir além da pele, atingindo até mesmo os músculos e ossos. Cada tipo de queimadura recebe uma classificação, de acordo com o seu tamanho e a profundidade que atingiu o corpo do indivíduo. Podemos ter queimaduras de 1° grau, queimaduras de 2° grau e queimaduras de 3° grau.
Na queimadura de 1° grau a pele costuma ficar avermelhada e pode descamar, mas não forma bolhas. Esse é um tipo de queimadura doloroso, mas que não costuma causar nenhum sintoma mais grave porque só atinge a camada superficial da pele. Boa parte das queimaduras causadas pelo sol é considerada queimadura de 1° grau.
A queimadura de 2° grau pode atingir a derme e, além da vermelhidão e da dor similares à queimadura de 1° grau, a pessoa pode desenvolver bolhas e a queimadura pode ter uma aparência mais úmida. Podem se perder algumas terminações nervosas, o que pode ser muito doloroso, e a pessoa pode perder também pelos e algumas glândulas sudoríparas, devido à profundidade. Seu tempo de cura é maior, mas o corpo não costuma ficar com marcas.
A queimadura de 3° grau é o tipo mais grave, porque pode atingir não somente a pele mas também os músculos e ossos. Suas lesões possuem uma grande gravidade, sendo que a cura é obtida somente por meio de enxertos e cirurgia.
Muitas pessoas tratam a queimadura em casa, mas é preciso tomar cuidado ao utilizar remédios caseiros e substâncias que acabam por piorar a queimadura.
Após uma queimadura, a melhor forma de tratar a lesão é interrompendo o contato da pele com a substância que está causando a queimadura e lavar o local atingido com água corrente gelada. É preciso manter o membro queimado ou a parte do corpo que foi queimada debaixo d’água até que o local seja resfriado. Depois disso, procure ajuda médica para saber como proceder com o tratamento da queimadura.
No caso de uma queimadura solar é possível utilizar unguentos que aliviam a dor da queimadura. É importante reforçar que sofrer queimaduras solares pode atingir diretamente a saúde da pele, causando problemas futuros e aumentando as chances do indivíduo desenvolver, por exemplo, câncer de pele. O protetor solar é essencial para prevenir queimaduras solares.
No caso de queimaduras de maior gravidade, de segundo ou terceiro grau, o tratamento só é feito sob indicação médica.
E atenção para o que não se deve fazer: não use nunca pastas de dente, pomadas, clara de ovo, manteiga, óleo de cozinha ou qualquer outro ingrediente sobre a área queimada, não remova tecidos grudados, sempre corte cuidadosamente e retire o que estiver solto e não estoure bolhas, e caso alguma bolha se rompa, não remova a pele, pois ela servirá como um curativo biológico, protegendo o local.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
Dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
Formada pela Universidade Federal Fluminense
Especialista em Clínica Médica e Dermatologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
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O que é vitiligo?

Postado em 8 de março de 2022

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele em virtude da destruição dos melanócitos, células que formam a melanina.
No Brasil, mais de um milhão de pessoas manifestam essa condição (0,5% dos brasileiros). No mundo, a doença atinge, em média, 1% da população.
Cerca de 25% dos casos aparecem antes dos 10 anos de idade; 50%, até 20 anos, e de 70% a 80%, antes dos 30 anos.
Existe uma tendência hereditária, mas sabemos que apenas 20% dos pacientes com vitiligo terão algum familiar com a doença.
Ela não é uma doença contagiosa, mas pode causar sequelas emocionais em virtude da discriminação sofrida por pessoas portadoras.
Sua causa é auto-imune, onde ocorre uma auto-destruição dos melanócitos. Na grande maioria das vezes, o gatilho para essa auto-destruição está relacionado a algum evento traumático ou estresse agudo. Outras doença auto-imunes podem estar associadas ao vitiligo, como psoríase, alopécia areata e doenças da tireóide.
O vitiligo pode se manifestar de seis formas: focal (manchas pequenas em uma área específica do corpo); mucosal (manchas somente nas mucosas, como lábios e região genital); segmentar (manchas distribuídas unilateralmente, apenas em uma parte do corpo); acrofacial (manchas nos dedos e em volta da boca, dos olhos, do ânus e genitais); comum (manchas no tórax, abdome, pernas, nádegas, braços, pescoço, axilas e demais áreas acrofaciais); e universal (manchas espalhadas por várias regiões do corpo). Cerca de 50% dos pacientes terão a região da cabeça e pescoço acometidos pela doença.
Seu diagnóstico é clínico, ou seja, ouvindo a história do paciente e examinando a sua pele, mas em caso de dúvidas podemos lançar mão da biópsia da pele, microscopia confocal e lâmpada de Wood.
O tratamento do vitiligo é feito com o objetivo de parar a progressão da doença e estimular a repigmentação da pele. Podemos lançar mão de corticóide oral e tópico, imunomoduladores tópicos, fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb), fototerapia com ultravioleta A (PUVA), laser, além de técnicas cirúrgicas de transplante de melanócitos. Estão sendo pesquisados ainda tratamentos tópicos, à base de inibidores de prostaglandinas e à base de inibidores de JAK, por exemplo. Mas, certamente, aparecerão outras medicações em médio prazo. O importante é que o paciente procure ajuda, tenha apoio médico e psicológico e não deixe que a doença o tire do seu propósito de vida.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
Dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
Formada pela Universidade Federal Fluminense
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Você sabe o que é rosácea?

Postado em 7 de outubro de 2021

Rosácea é uma doença crônica proveniente de alterações dos pequenos vasos da pele, localizada predominantemente na face, mais comum em mulheres de cor clara, entre 30 e 60 anos de idade, sem causa exata determinada, mas com alguns fatores conhecidos que podem desencadear crises.
Entre eles podemos citar alterações ambientais, como excesso de calor, estresse e ansiedade, ingesta de bebidas alcoólicas, alimentos condimentados ou bebidas muito quentes, bem como a prática de atividades físicas.
Quando expostos a alguns desses fatores, os vasos da pele da face se dilatam, levando ao principal sintoma dessa doença, que é o rubor facial. O paciente se apresenta com vermelhidão e sensação de calor no rosto. Se não tratados, os episódios vão se intensificando cada vez mais, e o paciente desenvolve lesões inflamadas na face que lembram espinhas. Além disso, é comum ter uma pele mais seca que o habitual, mais sensível a produtos usados durante a rotina de skincare, sensação de pele mais grossa, especialmente no nariz, e presença de pequenos vasinhos visíveis. Não tão comum, mas possível, a rosácea pode atingir os olhos, causando vermelhidão, sensação de olho seco, visão embaçada e maior sensibilidade à luz.
O diagnóstico precoce da rosácea é de extrema importância para que a doença não progrida para estágios mais avançadas. Ele é feito a partir da observação dos sinais e sintomas do paciente. No entanto, podem ser solicitados exames adicionais para eliminar outras possíveis doenças, como lúpus eritematoso sistêmico, micose e acne rosácea.
O tratamento para rosácea é feito de acordo com a gravidade dos sintomas apresentados pela pessoa, sendo recomendado, em todos os casos, evitar os fatores desencadeantes, como exposição solar prolongada, consumo de alimentos muito quentes, frio excessivo ou ingestão de bebidas alcoólicas.
Importante o uso de protetor solar com alto fator de proteção contra os raios UVA e UVB do sol, o uso de sabonetes e produtos suaves, adequados para peles sensíveis, evitando tópicos com potencial irritativo. Em alguns casos, além de tratamento tópico, se faz necessário uso de antibióticos orais.
O tratamento com laser e com luz intensa pulsada também pode ser indicado, pois são capazes de diminuir e eliminar os pequenos vasinhos.
Não deixe de buscar ajuda do dermatologista caso você tenha algum sinal ou sintoma possível de rosácea.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
Dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
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Queda de cabelo pós-infecção por COVID-19

Postado em 10 de agosto de 2021

Temos notado uma queixa crescente de queda de cabelo em pacientes que se infectaram pela COVID-19, principalmente após dois a três meses do diagnóstico da infecção pelo vírus.
Segundo estudos feitos em vários países, estima-se que cerca de 25% dos pacientes recuperados apresentam esse sintoma como uma das sequelas após a infecção, especialmente nas pessoas que apresentaram febre e sintomas se mantendo por semanas ou meses.
Além da queda de cabelo aumentada, alguns pacientes começam a notar uma menor quantidade de cabelo nas entradas, porque já é a região do couro cabeludo com menos fios. Então, com a troca maior de cabelo, é o local em que esses fios que caíram começam a fazer mais falta.
E vários são os motivos para o início da queda, como a própria batalha do corpo para eliminar o vírus, quadros febris ao longo da infecção, estresse psicológico. Alguns pacientes não conseguem se alimentar bem durante a infecção, sendo assim o organismo entende que precisa economizar energia para cuidar de algo mais importante, que é a infecção e envia um sinal para que muitos folículos interrompam a produção de cabelo.
Uma vez iniciada a queda, faz-se necessário o tratamento correto para minimizar o quanto antes os danos. Medicamentos tópicos, orais e alguns procedimentos realizados em consultório dermatológico se mostram eficazes no combate à queda.
Procure o seu dermatologista.

Por: Dra. Gabriela Capareli
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O que é hiperidrose e como tratá-la?

Postado em 9 de junho de 2021

Hiperidrose é uma condição que provoca suor excessivo, mesmo quando a pessoa está em repouso. Isso acontece porque as glândulas sudoríparas são hiperativas.
Pode decorrer de diferentes motivos, como fatores emocionais, hereditários ou doenças. Quem sofre com a hiperidrose enfrenta a produção excessiva de suor em diversas regiões do corpo. Algumas pessoas apresentam excesso de transpiração nas mãos, pés, axilas, rosto, sob os seios, no couro cabeludo ou em outras partes do corpo com muitas glândulas sudoríparas. Outras, no entanto, suam excessivamente por todo o corpo.
A hiperidrose primária pode ter origem emocional e, nesse caso, os sintomas desaparecem durante o sono. O suor excessivo começa a aparecer na infância ou adolescência, geralmente nas mãos, pés, axilas, cabeça ou no rosto. Normalmente, sua causa é genética, já que cerca de 30% a 50% dos pacientes que sofrem com a sudorese excessiva possuem um parente de primeiro grau, como pai ou mãe, com o mesmo problema. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, esse tipo de hiperidrose afeta de 2% a 3% da população, mas menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico.
Já a hiperidrose secundária é adquirida ao longo da vida em decorrência de outros fatores, como distúrbios hormonais, doenças neurológicas e efeitos colaterais de medicamentos. Ao contrário da primária, as pessoas com hiperidrose secundária suam em todas as áreas do corpo ou em regiões incomuns e podem transpirar excessivamente também durante o sono.
A transpiração extrema pode ser constrangedora e desconfortável, chegando a atrapalhar diversos aspectos da vida de uma pessoa, como a carreira, os relacionamentos, o bem-estar emocional e a autoestima. Quando o suor começa a prejudicar sua qualidade de vida é hora de procurar o médico.
A hiperidrose não é grave e geralmente pode ser resolvida com tratamentos tópicos ou procedimentos que variam de acordo com o tipo e o grau de sudorese da pessoa.
Há no mercado algumas opções tópicas de antitranspirantes, que, geralmente, só são eficazes para os casos leves de hiperidrose.
Remédios de uso oral que ajudam a impedir a secreção excessiva de suor pelas glândulas são pouco receitados, pois apresentam efeitos colaterais, como diminuição da quantidade de lágrima, urina, saliva.
É possível a realização da simpatectomia, uma cirurgia realizada apenas em casos graves, que não respondem aos tratamentos clínicos, pois, como toda cirurgia, apresenta riscos e ainda possibilidade de ocorrer hiperidrose compensatória, que provoca mais suor em outras áreas do corpo.
O tratamento mais eficaz e praticamente sem riscos é aplicação da toxina botulínica por meio de injeções nas axilas, nas mãos ou nos pés para bloquear temporariamente a sudorese. Seu efeito começa aproximadamente 15 dias após a aplicação e a duração varia de oito a dez meses.
Hiperidrose tem tratamento e melhora muito a qualidade de vida do paciente. Procure seu médico dermatologista.

Por: Dra. Gabriela Capareli
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As mãos e o processo do envelhecimento

Postado em 6 de abril de 2021

As mãos são uma região do corpo sempre em muita evidência. Assim como o rosto, elas passam por uma série de alterações. À medida que o tempo passa, o corpo vai sofrendo diversas modificações que são visíveis e incomodam bastante. Na pele, por exemplo, há o surgimento de rugas, perda de tônus, flacidez, alteração da textura e o surgimento de manchas devido à ação da luz solar.
As mãos também envelhecem, assim como toda a nossa pele, muito por serem áreas expostas constantemente a poluição e radiação ultravioleta. Além disso, as mãos sofrem danos com ativos químicos, detergentes e sabonetes várias vezes ao dia, e acabam sendo esquecidas na hora de hidratar e proteger com o uso de filtros solares, o que acaba piorando e tornando o envelhecimento ainda mais evidente.
Nas mãos, além das rugas, surgem manchas marrons, acinzentadas ou mais escuras, que já podem ser vistas perto dos 40 anos de idade, tanto em homens quanto em mulheres.
Conhecidas popularmente como manchas senis, essas marcas levam o nome científico de melanose solar ou lentigos solares. Elas ocorrem devido ao excesso de produção de melanina, que dá a coloração à pele. E o tamanho varia de milímetros a alguns centímetros, mas geralmente são pequenas, semelhantes a uma lentilha. Essa pigmentação, muitas vezes, acontece por causa do excesso de exposição ao sol sem proteção.
Já a perda progressiva do colágeno leva ao afinamento da pele, o que faz ressaltar as veias e tendões das mãos, contribuindo para o aspecto envelhecido das mãos.
Vários tratamentos são possíveis e, quando associados, melhoram muito o rejuvenescimento local.
Muito importante é a aplicação diária de filtro solar. Além de diminuir o envelhecimento, previne o aparecimento de câncer de pele no futuro.
Peelings químicos, laser, luz pulsada são alguns dos tratamentos utilizados em consultórios dermatológicos para clareamento das mãos e melhora do tônus.
A aplicação de preenchimento com ácido hialurônico diminui o aspecto emagrecido das mãos, uma vez que ameniza as veias e tendões em evidência.
Um tratamento muito importante e com resultados significativos está na aplicação de bioestimulador de colágeno. Com o passar das semanas, após a aplicação, há um aumento significativo das fibras de colágeno e elastina, aumentando a espessura da pele, conferindo um aspecto mais jovial para as mãos.
Se a aparência das mãos está incomodando, procure um dermatologista para que ele avalie e identifique quais tratamentos são mais indicados para as alterações apresentadas.

Por: Dra. Gabriela Capareli
CRM: 131.079 / RQE: 50304
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Calvície: vamos falar sobre ela

Postado em 2 de fevereiro de 2021

Alopecia androgenética ou calvície é a causa mais comum de perda capilar. É uma doença lenta e progressiva, causada por predisposição genética e pela influência dos hormônios masculinos testosterona e didrotestosterona (DHT), responsáveis por um processo de miniaturização ou afinamento dos fios.
Apesar de muito frequente, ainda há muitas incertezas sobre suas causas, o que reflete nos resultados variados dos tratamentos clínicos, fazendo com que a prevenção seja o melhor caminho a ser tomado. Nos casos mais definidos de perda capilar, a cirurgia de transplante capilar é a melhor opção.
Para identificar o problema precocemente, já existem exames e novas técnicas que são utilizadas no consultório, como a dermatoscopia do fio e couro cabeludo. A partir dessa análise é possível indicar o tratamento ideal, caso a caso. Os produtos de uso externo que ajudam a controlar a perda de fios são prescritos normalmente como coadjuvantes.
Entre os tratamentos mais indicados estão as loções capilares a base da substância Minoxidil, que se mostrou muito eficaz na diminuição da queda dos cabelos, porém é menos eficaz em promover um novo crescimento dos fios. A Finasterida é uma medicação oral aprovada pelo FDA desde 1990 para tratamento capilar. Estudos científicos demonstraram um aumento significativo do número de cabelos e a parada da sua queda em uma porcentagem ainda maior em pacientes que fazem uso dessa substância, devendo ser utilizada em associação com o Minoxidil. Xampus que combatam a oleosidade também devem ser utilizados, uma vez que a seborreia gera inflamação e faz com que os cabelos caiam um pouco mais rapidamente.
Alguns tratamentos são feitos em consultório e auxiliam muito no crescimento dos fios. Entre eles está a intradermoterapia, que consiste em aplicações de vitaminas e fatores de crescimento direto no couro cabeludo. Microagulhamento do couro cabeludo e fotobioestimulação por meio do uso de LEDs e laser fracionados também são excelentes opções terapêuticas a serem realizadas em associação ao tratamento domiciliar.
É importante reforçar que a grande maioria dos tratamentos apresenta resposta, mas ocorre de forma variada e individual, conforme a gravidade e o grau de calvície.
É preciso consultar um médico dermatologista ao perceber uma alteração na quantidade de cabelo que cai. Se essa queda persistir por mais de dois meses consulte um dermatologista, que irá avaliar as possíveis causas e indicar o melhor tratamento para o seu problema.

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O que é bicho geográfico?

Postado em 30 de novembro de 2020

Bicho geográfico é o nome popular para Larva migrans cutânea. É uma lesão de pele causada pelo parasita Ancylostoma, presente no intestino e nas fezes de cães e gatos contaminados.
Geralmente, esses animais depositam suas fezes contaminadas com esse parasita em gramados, tanques de areia, praias, quintais e até quadras de esporte.
Ao caminhar, sentar ou ter algum tipo de contato da pele com esse solo contaminado, acontece a transmissão do bicho geográfico.
Por estarem escondidas no solo, as larvas costumam penetrar nos pés, joelhos, nádegas e mãos, causando lesões que podem formar túneis inflamados que ficam com aspecto semelhante ao contorno de um mapa, por isso passou a ser conhecida como bicho geográfico.
O primeiro sinal da infecção é um ponto vermelho saliente que fica no lugar por onde a larva penetrou.
Coceira que piora durante a noite, linhas vermelhas, inchaço e sensação de movimento debaixo da pele são sintomas do bicho geográfico.
O seu tratamento baseia-se no uso de antiparasitário, tanto em forma de pomada como em comprimidos.
Em alguns casos são necessários anti-inflamatórios e antibióticos, por causa da infecção causada pela migração das larvas.
Algumas medidas simples podem ser tomadas para prevenção dessa infecção:
1 – Evite andar descalço em locais que não conhece as condições de higiene.
2 – Quando for para a praia, use uma toalha ou esteira no local onde for se deitar.
3 – Lave bem as mãos antes e depois das refeições, após recolher as fezes dos cães ou trocar a areia da caixinha dos gatos.
4 – Leve os animais ao veterinário para que eles estejam com a saúde em dia.
5 – Dificulte o acesso de animais aos tanques de areia, onde as crianças brincam.
Ao primeiro sinal de lesões possíveis de bicho geográfico busque ajuda de um médico dermatologista, evite automedicação.

Por: Dra. Gabriela Capareli
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Pandemia, estresse e o agravamento de doenças dermatológicas

Postado em 29 de setembro de 2020

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, milhões de pessoas se isolaram para evitar a contaminação. O isolamento prolongado em casa gerou quadro de estresse e ansiedade. Um grande estudo internacional mostrou que as questões psicológicas durante a pandemia aumentaram 90% e os casos de estresse e ansiedade mais que dobraram. Passados meses de incerteza e estresse, o maior órgão do corpo é o que mais sente os efeitos da pandemia – a pele.
Isso ocorre porque há uma íntima ligação entre o sistema nervoso e a pele. O estresse vivido por este momento aumenta a inflamação e a liberação de uma série de hormônios (como o cortisol, adrenalina e derivados). Além disso, reduz a imunidade e aumenta o estado de alerta na pele, promovendo maior incidência de dermatoses.
Entre as mais comuns catalisadas pelo estresse estão a dermatite seborreica, eczemas, queda de cabelo, vitiligo, psoríase, rosácea, urticária e acne.
Um número crescente de pacientes com quadro de acne, principalmente na área da máscara, chama muito a atenção, tanto que recebeu o nome de “Maskne”. Isso se deve tanto ao fato do estresse desencadear uma produção exagerada de sebo quanto ao uso constante da máscara. A máscara abafa o local, aumenta a temperatura e provoca maior sudorese e produção de sebo, entupindo os poros e gerando acne.
As máscaras também podem causar rosáceas, equimoses e dermatites de contato em peles sensíveis. Por isso o diagnóstico médico correto é imprescindível para o tratamento certo.
Para tratar e prevenir o aparecimento de doenças relacionadas ao estresse, além do tratamento medicamentoso prescrito pelo dermatologista, é muito importante a realização de atividades que promovam bem-estar e saúde, como a prática de exercícios físicos, meditações e técnicas respiratórias.
Promover o autocuidado é sempre a melhor forma de cuidar da mente e do corpo.

Por: Dra. Gabriela Capareli
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Cuidando da pele no inverno

Postado em 29 de julho de 2020

O inverno é a estação do ano com umidade do ar mais baixa e temperaturas mais frias. Esses fatores predispõem ao aparecimento de algumas doenças de pele e requerem cuidados específicos.
Importante ressaltar os cuidados durante o banho. Deve-se evitar banhos demorados e com água muito quente, usar sabonetes hidratantes dermatológicos e não usar bucha no corpo todo. Desse modo evitamos retirar nossa camada natural de hidratação e consequentemente reduzimos o ressecamento exagerado da pele. Ao sair do banho use produtos hidratantes específicos, de indústrias dermatológicas que detêm uma tecnologia avançada; evite hidratantes comuns. Isso faz muita diferença no poder de hidratação. Dê preferência a hidratantes em loção ou creme, os óleos não são bons hidratantes, eles apenas criam uma camada protetora na pele, evitando a perda transepidérmica da água corporal, mas tem baixa capacidade de penetrar nas camadas da pele, não promovendo portanto uma hidratação eficaz.
Obedecendo esses mínimos cuidados evitamos consideravelmente a piora de uma doença de pele muito comum na população, principalmente infantil, que é a dermatite atópica.
A dermatite atópica é uma condição onde a secura, coceira e lesões avermelhadas e descamativas estão presentes recorrentemente no corpo, principalmente em áreas de dobras, e o inverno é a estação do ano de maior incidência de sua piora. Causa muito desconforto no paciente se não tratada e seu tratamento tem como pilar principal a hidratação correta e alguns cremes específicos a depender de cada caso.
Outra doença muito prevalente, que piora nessa estação, é a dermatite seborreica, muito comum no couro cabelo e que se manifesta principalmente pelo aparecimento de caspas. Banhos muito quentes estimulam a produção de sebo pelas glândulas sebáceas da região, levando a oleosidade do couro cabeludo, descamação, vermelhidão e coceira. Regular a temperatura da água e usar shampoos específicos melhoram muito essa condição.
Rosácea também é uma dermatose que piora no inverno devido ao banho quente e baixa umidade do ar. Caracteriza-se por uma pele do rosto muito sensível, avermelhada e por vezes inflamada, lembrando lesões de acne. Produtos tópicos para peles sensíveis e até mesmo antibióticos orais são necessários nos casos mais intensos.
Cuide sempre da saúde da sua pele, independente da época do ano. Converse com seu dermatologista.

Por: Dra. Gabriela Capareli
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O que é fotoproteção?

Postado em 13 de maio de 2020

Quando o assunto é fotoproteção da pele, o brasileiro ainda precisa desenvolver uma consciência mais presente de que os cuidados para se proteger dos raios solares são necessários não só no verão, como no restante do ano.
A proteção deve ser feita não apenas durante a exposição intencional na praia, na piscina ou em eventos ao ar livre, mas também na exposição não intencional, que é a do dia a dia, em locais e atividades de rotina.
As pessoas associam os raios solares à alta temperatura, mas os raios UVA e UVB incidem não só em dias de calor e sol. Isso é facilmente observado nos dias nublados, onde o indivíduo não se protege adequadamente e acaba se pondo em risco para queimaduras solares e insolação.
A presença da radiação constante, mesmo em dias com clima mais fresco, sem a devida fotoproteção, preocupa a comunidade médica. O câncer de pele tem uma incidência muito alta na população brasileira. De cada três casos da doença no País, um é de câncer de pele.
Uma pesquisa feita no Brasil mostra que apenas 5% das mães passam protetor solar nas crianças antes delas irem para a escola e 57% das entrevistadas aplicam filtro solar nos filhos apenas de vez em quando, sem relacionar uma frequência estabelecida.
O levantamento, feito com 1.000 mulheres de 25 a 60 anos de idade, de todas as regiões do Brasil, também demonstrou que o uso do filtro solar é, de fato, bastante associado à realização de atividades em ambientes externos, como praia ou piscina: 35% das mulheres alegam aplicar filtro solar em seus filhos quando realizam esse tipo de atividade.
A grande oportunidade de fazer com que a fotoproteção se torne um hábito do cotidiano é incorporá-lo ao dia a dia das crianças, que estão sempre expostas aos raios solares. Precisamos educá-las para que seja natural usar o protetor solar, assim como é escovar os dentes. Assim, serão adultos mais conscientes e certamente poderemos ter nossas estatísticas de câncer de pele menores.

Por: Dra. Gabriela Capareli
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Toxina botulínica: uso muito além da estética

Postado em 18 de março de 2020

A toxina botulínica tipo A, muito conhecida pelo nome comercial de Botox®, é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, capaz de produzir uma paralisia neuromuscular transitória, impedindo a contração muscular em aproximadamente três a seis meses. Foi utilizada de forma terapêutica, pela primeira vez, na década de 60 para corrigir estrabismo. Depois, novos estudos foram realizados, quando em 1989 foi iniciado seu uso para fins estéticos, sendo uma opção já consagrada para minimizar os sinais do envelhecimento e aparência cansada da face, com aplicação realizada, inclusive, no terço inferior da face e pescoço. Mas sua utilidade vai muito além da estética.
Hoje, vários trabalhos mostram evidências na melhora da vermelhidão causada pela rosácea, uma doença de pele inflamatória muito comum.
Além disso, tem a vantagem de diminuir a produção de suor e atividade das glândulas sebáceas, melhorando a aparência da pele e reduzindo o desencadeamento de acne.
A sudorese excessiva em axilas, mãos e pés, conhecida como hiperhidrose, tem uma diminuição significativa ao aplicarmos doses mais altas da toxina, o que devolve ao paciente um conforto e segurança no seu convívio social.
Outra aplicabilidade muito comum da toxina são nos casos de dor como enxaqueca e dor crônica pós herpes zoster.
Pacientes que sofrem de bruxismo podem ter seu músculo masseter parcialmente paralisado, aliviando muito as consequências negativas dessa condição, principalmente pela melhora significativa da qualidade do sono do paciente.
Recentemente, a ANVISA aprovou o seu uso para tratamento de bexiga hiperativa, uma condição que leva o indivíduo a ir mais de oito vezes ao banheiro por dia, podendo inclusive ter escape de urina (incontinência urinária). Seu uso é satisfatório em cerca de 80% dos casos, com melhora expressiva dos sintomas e ganho da qualidade de vida do paciente.
Várias outras aplicabilidades já são comprovadas e muitos estudos em outras doenças estão em andamento, visando sempre ampliar o benefício dessa substância na prática clínica médica. Tire suas dúvidas com seu médico.

Por: Dra. Gabriela Capareli
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